Segunda, 31 de outubro de 2016
Da Avaaz.org
Esta petição está esperando pela aprovação da Comunidade da Avaaz.
Por que isto é importante
O que você vai ler é uma história verdadeira, mas não é direito.
“Aquela vagabunda, entendeu? Defensora de aborto, de gênero. Vagabunda. Mande pra ela me processar, que eu provo que ela é.”
É difícil imaginar que qualquer diálogo em sala de aula possa se iniciar com uma frase como essa. Mas a transcrição é real e saiu de uma aula de Direito das Sucessões da Universidade Federal de Rondônia, do dia 20 de outubro de 2016. O autor da frase é Samuel Milet, professor da disciplina. Quem chama “vagabunda” é uma colega de profissão, Sinara Gumieri, advogada, mestra em Direito pela Universidade de Brasília e pesquisadora da Anis, que havia dado uma palestra para as estudantes do curso na semana anterior, sobre a importância de se falar sobre gênero no campo do direito. A ira de Samuel foi provocada justamente por isso: Sinara era uma jovem mulher em um espaço de poder como o palco de um evento acadêmico, falando sobre vidas e violências que aquele que se diz professor não reconhece nem tolera ouvir. Mas se a agressividade do discurso contra Sinara não deixa de ser grave, a cena da violência se dirigiu a outras, às alunas em sala de aula. Foram elas, e especialmente a aluna interpelada continuamente pelo professor, que foram submetidas aos 15 minutos de virulência daquele que tem voz de mando. Tudo na cena é o contrário do que um encontro pedagógico deveria ser.
Ouça o áudio e leia a transcrição neste link: http://issonaoedireito.tumblr.com/
Todos nós, abaixo assinados, considerando o episódio de violência de gênero ocorrido em Porto Velho, na Universidade Federal de Rondônia (UNIR), por parte do docente e advogado Samuel Milet, em 20/10/2016, nos manifestamos nos seguintes termos:
“Aquela vagabunda, entendeu? Defensora de aborto, de gênero. Vagabunda. Mande pra ela me processar, que eu provo que ela é.”
É difícil imaginar que qualquer diálogo em sala de aula possa se iniciar com uma frase como essa. Mas a transcrição é real e saiu de uma aula de Direito das Sucessões da Universidade Federal de Rondônia, do dia 20 de outubro de 2016. O autor da frase é Samuel Milet, professor da disciplina. Quem chama “vagabunda” é uma colega de profissão, Sinara Gumieri, advogada, mestra em Direito pela Universidade de Brasília e pesquisadora da Anis, que havia dado uma palestra para as estudantes do curso na semana anterior, sobre a importância de se falar sobre gênero no campo do direito. A ira de Samuel foi provocada justamente por isso: Sinara era uma jovem mulher em um espaço de poder como o palco de um evento acadêmico, falando sobre vidas e violências que aquele que se diz professor não reconhece nem tolera ouvir. Mas se a agressividade do discurso contra Sinara não deixa de ser grave, a cena da violência se dirigiu a outras, às alunas em sala de aula. Foram elas, e especialmente a aluna interpelada continuamente pelo professor, que foram submetidas aos 15 minutos de virulência daquele que tem voz de mando. Tudo na cena é o contrário do que um encontro pedagógico deveria ser.
Ouça o áudio e leia a transcrição neste link: http://issonaoedireito.tumblr.com/
Todos nós, abaixo assinados, considerando o episódio de violência de gênero ocorrido em Porto Velho, na Universidade Federal de Rondônia (UNIR), por parte do docente e advogado Samuel Milet, em 20/10/2016, nos manifestamos nos seguintes termos:
1. Repudiamos veementemente o discurso violento e abusivo do docente em sala de aula, que utilizou de sua posição de poder para impor suas convicções de forma agressiva e cerceadora da liberdade de pensamento dos estudantes;
2. Rechaçamos a postura discriminatória do docente, especialmente o uso de palavras ofensivas como “vagabunda" e "sapatão doida” para se referir à expositora do evento acadêmico na UNIR, Sinara Gumieri;
3. Solidarizamo‐nos com turma discente e todos os estudantes envolvidos no episódio, especialmente com a estudante diretamente interpelada com violência pelo docente;
4. Requeremos ao Departamento de Ciências Jurídicas da UNIR, considerando a ausência de civilidade e urbanidade com que o docente conduziu a aula, bem como a flagrante manifestação de desapreço por outra pesquisadora, todas condutas vedadas aos agentes públicos, que não homologue a avaliação de estágio probatório do docente em questão;
5. Requeremos à Reitoria da Universidade Federal de Rondônia que, por meio da Comissão Permanente de Processo Disciplinar e da Comissão de Ética Pública, promova o averiguação e responsabilização necessárias ao caso, com a presteza e celeridade pertinentes.