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(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 21 de junho de 2012

“Julian está trabalhando na embaixada”, diz jornalista amigo de Assange

Quinta, 21 de junho de 2012
Da Pública
Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo
Por Natalia Viana
Em entrevista à Pública, Gavin MacFadyen fala das manifestações de apoio que o fundador do Wikileaks tem recebido e do que viu e ouviu na embaixada do Equador em Londres

“Eu fiquei chocado quando soube”, conta por telefone o jornalista americano Gavin MacFadyen, amigo de Julian Assange e diretor do Centro de Jornalismo Investigativo, em Londres , e conselheiro da Pública. “Julian não contou para ninguém que iria pedir asilo, para não nos colocar em dificuldades”.

Segundo MacFadyen,  que dirigiu alguns dos mais famosos programas de jornalismo investigativo da televisão britânica, depois de entrar na embaixada Assange recebeu uma carta de apoio à sua luta pela não-extradição do cineasta Michael Moore e outras manifestações de nomes de peso como os jornalistas Philip Knightley e John Pilger.

Uma delegação de movimentos sociais da Aliança Bolivariana das Américas (Alba) – da qual o brasileiro MST faz parte – entregou um documento nesta quinta-feira pedindo  que Rafael Correa que forneça asilo a Assange. João Pedro Stedile, líder do MST, explicou durante o encontro: “Assange lidera a batalha contra os americanos e o monopólio da informação. Então, nós pedimos, em nome dos movimentos sociais, que o Equador possa recebê-lo”.

Mas para MacFadyen, porém, mesmo se o Equador conceder asilo diplomático, “Julian vai ficar por lá na embaixada) durante muito tempo”. Leia a entrevista.

Você esteve ontem na embaixada no Equador em Londres. Como está a situação? Tensa?

A atmosfera é muito boa, até de maneira surpreendente. Julian está bem, com bom humor. E os funcionários da embaixada são muito solícitos, mais do que eu esperava. O quarto onde Julian está dormindo é um escritório muito pequeno. Ele dorme em um colchão inflável, desses de acampamento, no meio de algumas mesas. Mas durante o dia ele está com a sua equipe o tempo todo, trabalhando normalmente.

Por que o Equador?

Nada disso aconteceu de uma hora para outra, eu acredito que muitas coisas devem ter pesado na escolha. Mas Julian recebeu uma oferta de residência lá no Equador há dois anos, e o mensageiro disse que se ele estivesse em dificuldade poderia ir para a embaixada. Na entrevista que Corrêa deu a Julian para o programa “O mundo amanhã”, ficou claro que ambos compartilhavam críticas à política externa americana, eles até riram juntos ao falar disso.

Mas foi uma decisão que te surpreendeu? Foi repentina?