Domingo, 1º de junho de 2014
Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil
A maioria dos brasileiros fumantes (85% - 89%) lamenta ter dado início ao hábito. Os dados fazem parte da Pesquisa Internacional de Tabagismo (ITC, na sigla em inglês), apresentado hoje (30), em razão do Dia Mundial sem Tabaco, lembrado amanhã (31).
A
militar aposentada Vânia Cristina da Costa, 55 anos, é uma das
brasileiras que compõem essa estatística. Ela diz que começou a fumar
aos 15 anos, por modismo, que se arrepende da decisão e tem medo das
consequências.
"Cigarro é minha válvula de escape. Se eu estou
estressada ou tenho um problema grave eu fumo e me acalmo. Aos 15 anos,
quando comecei, era moda adolescente. Hoje me arrependo de ter começado a
fumar, principalmente, por trabalhar na área de saúde. E tenho receio
de ter um câncer de pulmão ou algo assim", lamenta.
De acordo com a pesquisa, 54% dos brasileiros relatam um alto grau de dependência à nicotina.
Os
dados mostram que mais de dois terços dos brasileiros fumantes têm uma
opinião negativa em relação ao tabagismo e que 80% deles já tentou parar
de fumar.
Ainda de acordo com a pesquisa, a maioria dos fumantes
brasileiros não quer fumar, mas está presa pela dependência e apoia o
fortalecimento de ações de combate ao tabagismo.
Apesar das dificuldades de largar o cigarro, o engenheiro de sistemas Cleto Praia, 63 anos, mostra que é possível parar.
"Comecei
a fumar na adolescência parei e voltei a fumar várias vezes. Agora já
tem nove anos que não fumo e não sinto vontade. Pode fumar do meu lado
que não me incomodo”, disse.
“Depois que parei de fumar, tudo
melhorou. Se eu não tivesse parado estaria morto, eu tinha muitos
problemas respiratórios, fumava três maços num só dia e agora caminho
duas horas por dia", conta.
O estudo foi coordenado pela
Universidade de Waterloo, no Canadá, e desenvolvida em 20 países. No
Brasil, foram ouvidas 1.830 pessoas de três capitais: São Paulo, Rio de
Janeiro e Porto Alegre.