Do Blog Náufrago da Utopia
Por Celso Lungaretti
"O PT está convicto de que, com a continuidade do nosso projeto –e não por meio de concessões às políticas de austeridade antipopulares– será possível suplantar os obstáculos atuais."
Este é, ipsis litteris, um trecho da nota divulgada pela cúpula do
Partido dos Trabalhadores nesta 5ª feira, 17. Reparem que o pacote do
Levy foi qualificado de antipopular (contrário ao povo) e não apenas impopular (malquisto pelo povo).
Está corretíssimo, falta apenas acrescentar outros atributos: as políticas de austeridade são, ademais, natimortas (porque jamais sairão do papel, levados de roldão que vão ser pelo desfecho da crise de governabilidade), covardes/perversas (porque sacrificam os coitadezas e aliviam para os poderosos, principalmente os Setúbals e Trabucos da alta agiotagem) e suicidas (porque estão levando as nações à destruição, não as salvando).
Inexplicavelmente as resolveu apoiar, por 11 votos contra 4. Pior do que os 7x1 que a Alemanha sapecou no Brasil.
Não consigo sequer encontrar algum nexo nesta novo tiro no pé. Afinal, o
que pretendiam os dirigentes petistas, com este inesperado rasgo de
sinceridade antes de comunicarem que novamente colocaram as
conveniências à frente dos princípios? Que benefício esperavam colher
alegando a própria torpeza sem que isto nem de longe sirva como
atenuante para a catastrófica decisão que tomaram?
Vão salvar o governo da Dilma? Não. Apenas associaram-se ao seu definitivo colapso.
Pois quem deveria representar os trabalhadores, mas se acumplicia
conscientemente com políticas antipopulares, condena-se à derrocada, ao
ostracismo e à irrelevância.
Que morram abraçados, pois, antipopulares até a medula!