Segunda, 4 de abril de 2016
Marli Moreira – Repórter da Agência Brasil
e diz acreditar que o resultado seria favorável ao banimento de tais entidades
O
promotor Paulo Sérgio Castilho, do Juizado Especial Criminal (Jecrim),
afirmou hoje (4) que o país precisa tornar mais rigorosa a punição
contra a violência que vem sendo praticada por integrantes de torcidas
organizadas de times de futebol. De acordo com Castilho, para isso,
seria necessário mudar a legislação.
Castilho mostrou-se
indignado com a série de confrontos ocorridos neste domingo (3) em
vários locais da capital e da região metropolitana, envolvendo
integrantes das torcidas Mancha Verde e da Gaviões da Fiel antes e
depois do clássico entre Palmeiras e Corinthians, no Estádio do
Pacaembu.
Além de danos ao patrimônio público, uma pessoa que nada tinha a ver com as brigas entre torcedores morreu em frente à Estação São Miguel Paulista, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos.
Além de danos ao patrimônio público, uma pessoa que nada tinha a ver com as brigas entre torcedores morreu em frente à Estação São Miguel Paulista, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos.
A Secretaria de Segurança Pública informou que
ocorreram ontem quatro confrontos e que 60 pessoas foram detidas. Houve
confrontos em São Miguel Paulista, em Guarulhos, na Estação Brás do
metrô e no Pacaembu.
Segundo o promotor de Justiça, todos os
detidos já tinham sido liberados. Paulo Sérgio Castilho observou que,
após a adoção de algumas medidas de segurança, as desavenças estavam
mais controladas nos estádios e no entorno dele, com as cenas de
violência aumenando nos espaços mais distantes. Todas essas ações são
praticadas sob o comando dos dirigentes das torcidas organizadas, diz o
promotor.
Plebiscito
“Nos moldes em que estão agindo, essas associações não deveriam existir”, afirma Castilho. Ele sugere a realização de um plebiscito para saber se a sociedade quer o fim dessas entidades e acredita que o resultado seria favorável ao banimento das torcidas organizadas.
“Nos moldes em que estão agindo, essas associações não deveriam existir”, afirma Castilho. Ele sugere a realização de um plebiscito para saber se a sociedade quer o fim dessas entidades e acredita que o resultado seria favorável ao banimento das torcidas organizadas.
O promotor considera as
medidas tomadas até agora contra a violência entre torcidas organizadas
”insuficientes para coibí-la”. Castilho destaca que se trata de uma
“subcultura delinquente” em que jovens tomam o futebol como pretexto
para extravasar os atos de violência. Para Castilho, o Estado não pode
ser tão leniente com torcidas que praticam todo tipo de crime, têm
ligações com o tráfico de drogas, assaltos, roubos e outros delitos.
Ele
informou que, atualmente, há mais de 180 torcedores obrigados a se
manter afastados dos campos de futebol por terem cometido alguma
infração contra o Estatuto do Torcedor e que, em 95% dos casos, a
punição é cumprida.
A situação da violência entre as torcidas
organizadas e a questão da segurança nos estádios serão discutidas ainda
na tarde desta segunda-feira (4), em reunião com o secretário da
Segurança Pública, Alexandre de Moraes, representantes da Federação
Paulista de Futebol, do Ministério Público e do Poder Judiciário. A
reunião está prevista para as 17h30.