Terça, 20 de setembro de 2016
Deu em Conectas
Deu em Conectas
Em reunião do Conselho de Direitos Humanos, Conectas critica violência policial, prisões ilegais e infiltração de agente do exército
No pronunciamento, realizado às vésperas do discurso do presidente na abertura da Assembleia Geral da ONU, a Conectas Direitos Humanos criticou “o crescente processo de criminalização do direito de protesto no Brasil” e pediu um pronunciamento do Conselho e do Alto Comissariado para Direitos Humanos contra a postura do país.
Segundo a organização, a violência da polícia fez várias vítimas desde o início de setembro, entre elas a jovem Deborah Fabri, de 19 anos, que perdeu a visão do olho esquerdo por conta de um estilhaço de bomba.
A entidade também ressaltou a prisão ilegal de 26 pessoas – entre elas, oito adolescentes – poucas horas antes do protesto realizado no dia 4/9 e o envolvimento, nessa operação, de um agente infiltrado do exército. “Essa prática remete às épocas mais obscuras da história da nossa região. A sociedade e a comunidade internacional devem reagir condenando o fato com veemência”, afirmou.
Clique aqui para ler a íntegra do pronunciamento.
O governo brasileiro solicitou direito de resposta e afirmou que os incidentes estão sendo investigados pelas autoridades competentes. Declarou, ainda, que o país defende o Estado Democrático de Direito e reconhece o direito de reunião pacífica e a liberdade de expressão.
Campanha brasileira
A denúncia contra o Brasil acontece em meio à campanha do governo para garantir a eleição do país para o Conselho de Direitos Humanos – que é o principal órgão de monitoramento e de denúncias de violações em âmbito global.
A votação acontece no início de outubro, durante a reunião da Assembleia Geral, em Nova York. O Brasil disputa com Cuba e Guatemala uma das duas vagas para três candidaturas do bloco conhecido como Grulac (Grupo de Países da América Latina e do Caribe). O mandato é de três anos, renovável por outros três.