Terça, 20 de setembro de 2016
Nielmar de Oliveira – da Agência Brasil
A
operação montada pelas Forças Armadas para garantir a segurança e a
tranquilidade dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos no Rio envolveu 43 mil
homens, dos quais 23 mil somente no Rio de Janeiro, durante os três anos
de preparação da logística de atuação e no período em que a cidade
efetivamente sediou o evento. A informação foi prestada pelo ministro da
Defesa, Raul Jungmann.
Em balanço feito hoje (19), no Comando
Militar do Leste, Jungman falou sobre a atuação do Exército, da Marinha e
da Aeronáutica no patrulhamento e na garantia da segurança do
megaevento no estado do Rio e nas outras cinco capitais onde foram
disputados jogos de futebol. Ele disse que, inicialmente restrita a
determinadas áreas que demandavam mais segurança, a operação foi revista
e ampliada em função da necessidade de aumentar o grau de segurança do
evento, incluindo no cálculo os três meses em que as tropas efetivamente
garantiram, em conjunto com as forças de segurança locais, o
revezamento da tocha olímpica pelo país.
De acordo com o
ministro, no Rio, além de atuar efetivamente nos locais onde foram
realizadas competições olímpicas e paralímpicas, as Forças Armadas
ampliaram sua área de atuação, passando a proteger as principais vias
da cidade, como as Linhas Amarela e Vermelha, e vias das zonas oeste e
sul, como a Transolímpica e o Aterro do Flamengo, além dos aeroportos e
das estações ferroviárias.
Jungmann disse que o governo federal
chega ao fim dos Jogos com a certeza do dever cumprido. “Estamos
chegando com êxito ao fim de um ciclo de grandes eventos, que começou em
2007 com os Jogos Pan-Americanos e culminou com os Jogos Olímpicos,
agora no Rio de Janeiro. Foram todos os eventos realizados a contento,
com o Brasil e, em particular o Rio de Janeiro, mostrando ao mundo sua
vocação e capacidade para sediar grandes eventos.”
Também
estiveram sob proteção das Forças Armadas as principais áreas de
competição, como a Arena de Vôlei, montada na Praia de Copacabana; o
Parque de Deodoro; o Parque Olímpico; a Vila Olímpica; o Estádio
Olímpico, que funcionou no Engenhão, e o Estádio de Remo da Lagoa, onde
foram disputadas provas de remo, e a Marina da Glória, com a disputa da
vela.
O balanço mostrou que as tropas federais fizeram mais de
1.200 patrulhas somente na capital fluminense. Destas, 6.457 foram
patrulhas a pé, 4.539 motorizadas e 896 marítimas, além de 90
mecanizadas com o uso de blindados. “Os números envolvendo a segurança
nos Jogos são todos gigantescos e demonstram a complexidade da operação.
Foram realizadas 632 escoltas, muitas para proteger dignatários de 19
países que se fizeram representar na Rio 2016”, ressaltou Jungmann.
Todo
o aparato de segurança exigiu a mobilização de 26 navios, 3.083
viaturas, 109 blindados, 51 helicópteros, 370 motocicletas, 81
embarcações de menor porte e 80 aeronaves. Os 43 mil homens das tropas
federais consumiram 860 toneladas de alimentos, mais de 46 mil peças de
vestuário, cerca de 875 mil litros de óleo diesel e 151 mil litros de
gasolina.
Eleições
O ministro da Defesa
aproveitou o balano sobre os Jogos para informar que as Forças Armadas
estarão presentes 107 municípios de sete estados, para garantir a ordem
no primeiro e no segundo turno das eleições municipais, nos dias 2 e 30
de outubro, respectivamente. Jugmann alertou que o número de municípios
ainda pode aumentar porque outros pedidos de tropas ainda estão em
analise.
De acordo com o ministro, que os militares de outros
estados que vieram ao Rio para trabalhar durante os Jogos começaram a
retornar hoje aos estados de origem. No Rio, um dos estados que terão a
segurança do Exército durante o pleito, a ordem será mantida por
militares baseados no próprio estado. “Hoje à noite, as Forças Armadas
começam a chamada Operação de Reversão, pois recebemos aqui militares de
várias partes do país e eles retornam a suas cidades, principalmente
para as regiões Norte e Nordeste. Mas os militares lotados no estado
garantirão a ordem no pleito. O que tem início hoje è a reversão deste
pessoal que precisa voltar para suas casas.”
A presença do
Exército na cobertura das eleições, principalmente na Baixada
Fluminense, onde 13 pessoas, direta ou indiretamente ligadas à política,
já foram assassinadas somente neste ano, foi confirmada pelo presidente
do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, em entrevista
coletiva na última sexta-feira (16).
Jungmann admitiu, porém,
que, se for necessário, o governo federal voltará a deslocar tropas de
outros estados para reforçar a segurança no estado, o que, a princípio,
segundo sua própria avaliação, não se configura uma necessidade. “Para
as eleições, se houver necessidade de complementação, nós solicitaremos
mais [militares] de outros estados. É preciso primeiro definir as
necessidades reais.”