Quinta, 8 de setembro de 2016
Do Sinpro/DF
Nesta sexta-feira (9), a diretoria e os(as) professores(as) do Centro
Educacional (CED) 416, em Santa Maria, irão realizar um dia de debate
sobre o assassinato das duas adolescentes carbonizadas ocorrido na
semana passada. A atividade conta com a participação do Sinpro-DF, por
intermédio da Secretaria para Assuntos e Políticas para Mulheres
Educadoras (Secretaria de Mulheres).
Haverá também a participação da conselheira tutelar Ana Maria da Mata
Soares – que atualmente exerce o segundo mandato. Ela é pedagoga,
professora, orientadora educacional e supervisora pedagógica da
Secretaria de Estado da Educação (SEEDF) no Gama. E Deusinélia Anício
Alcântara Nascimento – conselheira tutelar desde 2010, professora de
química e vice-pastora da Assembleia de Deus.
A diretoria do Sinpro-DF, por intermédio da Secretaria de Mulheres,
considera a atividade de suma importância porque se trata de um crime
bárbaro contra duas de nossas estudantes de uma das escolas públicas do
DF. Vilmara Carmo, coordenadora da Secretaria de Mulher do Sinpro-DF,
considera “a atividade e a participação do sindicato uma forma de
alertar a sociedade e, principalmente, a comunidade escolar sobre a
necessidade estar atenta à realidade vivida pelos nossos estudantes,
sobretudo em regiões de alta vulnerabilidade”.
“Precisamos denunciar o que ocorreu para que esse e outros tipos de
crueldade não sejam banalizados”, afirma Goretti Cunha, diretora de
Mulheres do sindicato. Ela diz que a iniciativa é também “uma forma de
os(as) professores(as) e orientadores(as) educacionais contribuírem com a
tentativa de amenizar o nível de insegurança e vulnerabilidade social
em que vive a população de Santa Maria.
CRIME
Os corpos das duas estudantes foram encontrados carbonizados dentro
de uma vala, nas proximidades da Chácara 03, no Núcleo Rural Alagados,
em Santa Maria, e seguiram para o Instituto de Medicina Legal (IML) da
Polícia Civil na segunda-feira (4/9). Familiares identificaram as duas
estudantes: Nicolly Santana, 15 anos, e Letícia Ibiapino, 14.
Um chacareiro que andava a cavalo viu os cadáveres e acionou a
polícia. O caso foi registrado na 33ª Delegacia de Polícia (Santa
Maria). O homem relatou aos policiais que passava pela região, na
quinta-feira (1º/9), quando foi atraído por uma grande concentração de
urubus nas proximidades. Ele foi verificar o motivo da revoada, temendo
que algum de seus animais houvesse morrido, mas se deparou com os dois
corpos carbonizados.
O homem explicou que os corpos estavam um sob o outro, em um buraco
resultado de erosão e de aproximadamente 3 metros de diâmetro e 1,5
metro de profundidade. Ao lado deles, o chacareiro identificou uma
pedra, com peso estimado em 2 quilos, suja de sangue, além de um caderno
escolar feminino parcialmente queimado.