Sexta, 9 de setembro de 2016
Da Tribuna da Internet
Carlos Newton
Como afirmamos aqui na “Tribuna da Internet”, a demissão do jurista
Fábio Medina foi o maior erro político da trajetória de Michel Temer.
Para limpar a barra do governo, os jornalistas que vivem à sombra do
poder, como Jorge Bastos Moreno, estão tentando destruir a imagem do
agora ex-ministro da Advocacia-Geral da União, alegando deslizes que
jamais cometeu, como a “carteirada” do jatinho (desmentida pela FAB), o erro no processo da EBC (a defesa foi feita pela Assessoria Jurídica da Casa Civil), sua incompatibilidade com o quadro funcional da AGU (em nota oficial, a Associação Nacional dos Advogados da União fez questão de enaltecer a atuação “republicana” de Osório) ou o “conjunto da obra” (que objetivou justamente recuperar a credibilidade da AGU). Nada disso vai colar.
MORENICES – O jurista gaúcho, que largou uma
promissora carreira no Ministério Público para abrir seu escritório de
advocacia, não será atingido por essa campanha sórdida comandada por
Moreno, que na semana passada até divlgou uma notícia falsa sobre os
banheiros da AGU, para difamar Medina Osório, e O Globo teve de publicar
o vexatório desmentido.
O que vai valer, daqui para a frente, serão as revelações que o
ex-ministro fará sobre a experiência na AGU e a frustração de ser
boicotado em sua tentativa de moralizar as funções públicas, na condição
de mais renomado especialista brasileiro em leis anticorrupção e
presidente do Instituto Internacional de Estudos de Direito do Estado.
CAPA DA VEJA – O resultado da demissão injusta e
humilhante, pois justificada com argumentos desabonadores, está sendo
devastador, conforme previmos aqui na Tribuna da Internet,
nesta quinta-feira, antes da decisão final de Temer. No início da tarde
de sexta-feira, a ficha então caiu e a cúpula do governo Temer entrou
em pânico, sob ataque cerrado dos movimentos sociais que ajudaram a
derrubar Dilma Rousseff e nesta sexta-feira lançaram na internet a
campanha “Fica Medina”.
A revista Veja circula neste sábado com uma explosiva entrevista de Medina Osório, sob o título “O Governo tenta abafar a Lava Jato”,
uma denúncia rigorosamente verdadeira, destinada a causar
estarrecimento e revolta. Além disso, o jurista será o próximo convidado
do programa Roda Viva, da TV Cultura, na outra segunda-feira, porque na
próxima o programa terá de ser reprisado, devido à greve dos
funcionários da emissora. E muito mais virá por aí, mostrando a podridão
que continua a atingir a política e a administração pública deste país
espoliado.
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Associação dos Advogados da União elogia atuação republicana de Medina Osório
Jorge Béja
A exoneração do jurista Fábio Medina Osório do cargo de
Advogado-Geral da União é a demonstração de que o governo Michel Temer
pode até ser pior que o de Dilma Rousseff. Renomado, competentíssimo,
isento e radical defensor dos princípios da moralidade administrativa e
das diretrizes constitucionais e infraconstitucionais punitivas que
recaem sobre os administradores e agentes públicos que praticam atos de
improbidade, gestão temerária e corrupção, Medina Osório escreve em suas
várias obras jurídicas o que pode e o que não pode o administrador
fazer. O que é certo, o que é errado e o que é criminoso.
Osório prega as boas práticas. E exige que toda a administração
pública as pratique. Não, por virtude. E sim, por ser dever comezinho. E
isso não interessa a nenhum governo que não esteja comprometido com a
lisura e com a honestidade.
AGRADECIMENTO – Em nota oficial divulgada nesta
sexta-feira, a própria Associação Nacional dos Advogados da União fez
questão de prestigiar e enaltecer a atuação de Medina Osório na AGU, nos
seguintes termos:
“A ANAUNI manifesta seu agradecimento ao Dr. Fábio Medina Osório
pelos esforços realizados em sua gestão objetivando o fortalecimento das
carreiras que integram a Advocacia-Geral da União, e pela postura
sempre republicana na condução da instituição, desejando-lhe sucesso nas
novas atividades que irá desempenhar profissionalmente.”
PENDURADOS NO TSE – A chapa Dilma-Temer está
pendurada no Tribunal Superior Eleitoral. Está mais para cair do que
para ficar de pé. Dilma já caiu no Senado. Agora é Temer que terá de se
defender no TSE. Mas não seria Medina Osório que, na condição de
Advogado-Geral da União, iria defender Temer no TSE, tal como
erradamente fez o ex-AGU José Eduardo Cardozo.
Na condição de Advogado-Geral da União, Cardozo, em afronta à lei e à
moralidade administrativa, foi defender logo aquela que levou à ruína a
própria União, que Cardozo tinha o dever de defender. Osório jamais
faria isso.
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