Domingo, 2 de outubro de 2016
Edwirges Nogueira - Correspondente da Agência Brasil/EBC
A filha e a esposa do ex-senador e atual secretário da Ciência e
Tecnologia do Ceará, Inácio Arruda (PCdoB), foram agredidas na tarde de
hoje (2) em frente a um local de votação no bairro Benfica, em
Fortaleza. Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Ceará, a Polícia
Militar verificava uma denúncia de crime eleitoral no local.
O
presidente da Associação Cearense dos Estudantes Secundaristas, Willamy
Macedo, estava com a filha de Inácio e com mais três pessoas por volta
das 16h30 em frente ao Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do
Ceará (IFCE) aguardando carona.
Macedo relata que policiais
militares os abordaram justificando que teriam recebido uma denúncia de
boca de urna envolvendo cinco mulheres vestindo shorts jeans. Macedo
explica que havia três mulheres – apenas uma vestindo a roupa descrita
na denúncia – e dois homens no grupo.
A confusão começou, segundo
ele, quando um dos policiais exigiu a bolsa da filha de Inácio, que
teria negado entregá-la por considerar que a denúncia não se referia a
ela. “Nesse momento, já havia uns dez policiais nos cercando, entre
eles, apenas uma mulher, que tentava dialogar, mas os policiais homens
começavam a gritar dizendo que elas [as três mulheres do grupo] seriam
presas. Disseram que chamariam um superior e, quando ele chegou, já foi
arrastando a bolsa da menina [filha de Inácio].”
O
estudante diz que Inácio Arruda e a esposa, a médica Terezinha Braga,
chegaram no local e se colocaram próximos da filha e das outras duas
mulheres. Segundo ele, os policias também agrediram Terezinha,
provocando sangramento em seus braços. O caso foi encaminhado para a
Polícia Federal e as pessoas envolvidas prestaram depoimento no começo
da noite.
Arruda concedeu entrevista coletiva no saguão da sede
da Polícia Federal. A camisa branca apresentava manchas de sangue, que
segundo ele, são dos ferimentos provocados pela agressão dos policiais
contra sua esposa. “A polícia não pode transformar uma eleição em um ato
de espancamento, de prisão à força. Ela tem que dar tranquilidade à
eleição, não o contrário.” O secretário disse que vai denunciar o fato
ao Ministério Público e à Corregedoria da Polícia.
A coordenadora
da Operação Eleições da Polícia Federal, Juliana Pacheco, explicou que o
delegado responsável pelo caso vai avaliar os fatores da ocorrência
para definir qual procedimento será adotado. Em nota, a secretária disse
que vai apurar as denúncias de excessos cometidos pelos policiais.