Sexta, 7 de outubro de 2016
Da Agência Lusa / Agência Brasil
O
prémio Nobel da Paz foi concedido ao presidente da Colômbia, Juan
Manuel Santos, pelos seus esforços para pôr fim à guerra civil no país,
que durou mais de 50 anos e matou pelo menos 220 mil colombianos. O
prêmio foi anunciado hoje (7) pelo Comitê Nobel norueguês.
Juan
Manuel Santos Calderón nasceu em Bogotá, a capital, no dia 10 de agosto
de 1951. Advogado e economista, ele ocupa a presidência da Colômbia
desde 2010. É membro do partido De la U (Partido Social de Unidade
Nacional). Antes de ser eleito, foi ministro da Defesa no governo de
Álvaro Uribe.
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Ex-refém, Ingrid Betancourt diz que Farc também mereciam Nobel da Paz
Da Agência Brasil*
Uma das reféns mais famosas das Forças Armadas
Revolucionárias da Colombia (Farc), a política e ativista
franco-colombiana Ingrid Betancourt, disse hoje (7) em entrevista à
imprensa local, que as Farc "também mereciam o Nobel da Paz" e que está
"otimista com o futuro". Ela disse ainda que o presidente Juan Manoel
Santos mereceu o Prêmio Nobel da Paz, anunciado nesta sexta-feira, por
"seus esforços para chegar a um acordo" com a guerrilha.
"A
Justiça foi feita. Santos é um homem que merecia este prêmio. Sobre as
Farc, é difícil eu falar, mas acredito que também [merecem]", comentou.
"A Colômbia passa por um momento de esperança, de reflexão e de
alegria", disse a ex-refém, sequestrada pelo grupo durante as campanhas
presidenciais de 2002 e libertada somente em 2008.
Pelo acordo de paz assinado no final de agosto,
as Farc tinham se comprometido a abandonar as armas e as técnicas de
guerra, além de sinalizarem que se tornariam um partido político. No
entanto, a anistia política e a forma de punição a ex-guerrilheiros por
crimes antigos, determinadas nas negociações, descontentaram parte da
população colombiana, que rejeitou o acordo em um referendo realizado no último domingo (2). O resultado do referendo foi inesperado, já que Santos acreditava que a maioria da população apoiaria o processo.
Ao
anunciar o prêmio, o Comitê do Nobel desacou os eforços do presidente
Santos para chegar a um acordo e colocar fim a um conflito de mais de
meio século no país. "A guerra civil custou a vida de 220 mil
colombianos e provocou quase seis milhões de desabrigados. O Prêmio
Nobel deve ser visto também como um tributo ao povo da Colômbia, a todas
as partes que contribuíram para este processo de paz e aos
representantes das vítimas", disse o Comitê do Prêmio Nobel.
*Com informações da Agência Ansa