Quarta, 14 de setembro de 2017
André Richter - Repórter da Agência Brasil
A denúncia contra o presidente Michel Temer apresentada
hoje (14) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, cita
também ministros e ex-deputados do PMDB. Os peemedebistas são acusados de
organização criminosa e a denúncia de Temer inclui também obstrução da
Justiça.
Entre membros do partido denunciados por organização
criminosa estão os ex-deputados Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves,
Geddel Vieira Lima e Rodrigo Rocha Loures. Os ministros da Casa Civil
Eliseu Padilha e da secretaria-geral da Presidência, Moreira Franco,
também foram alvo da PGR.
De acordo com o procurador, Temer e os
membros do PMDB participaram de um suposto esquema de corrupção
envolvendo integrantes do partido na Câmara dos Deputados com objetivo
de obter vantagens indevidas em órgãos da administração pública.
Na
acusação sobre obstrução de Justiça, Janot sustenta que Temer atuou
para comprar o silêncio do doleiro Lúcio Funaro, um dos delatores nas
investigações e que teria sido o operador do suposto esquema. A suposta
interferência teria ocorrido por meio dos empresários da JBS, Joesley
Batista e Ricardo Saud, que também são acusados do mesmo crime.
Presos
Eduardo
Cunha, Henrique Eduardo Alves, Geddel Vieira Lima estão presos após
investigações da Operação Lava Jato. Cunha está preso em Curitiba, por
ordem do juiz Sérgio Moro, desde 19 de outubro de 2016. Em março de 2017
foi condenado a 15 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de
corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas e, em 18 de
maio de 2017, teve novo mandado de prisão expedido pela Justiça.
Eduardo
Alves foi preso preventivamente no dia 6 de junho de 2017 pela Polícia
Federal na Operação Manus, que investigava corrupção ativa e passiva e
lavagem de dinheiro na construção da Arena das Dunas, em Natal.
O
ex-ministro Geddel Vieira Lima voltou a ser preso, na última
sexta-feira (8), em Salvador, três dias após a Polícia Federal encontrar
mais de R$ 51 milhões, atribuídos a ele, em um apartamento.
Anteriormente, ele havia sido preso preventivamente no dia 3 de julho de
2017, na Operação Greenfield, que investiga desvio de fundos de pensão.
O
ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures foi preso pela Polícia Federal
em 3 de junho de 2017, durante a Operação Patmos, após receber uma mala
com R$ 500 mil entregue por Ricardo Saud, executivo da J&F.