Quinta,
13 de agosto de 2015
Da Agência Lusa / Agência Brasil
O Ministério Público da Suécia anunciou
hoje (13) que arquivou o processo em que o fundador do Wikileaks, Julian
Assange, era acusado de agressão sexual por duas cidadãs suecas. O motivo do
arquivamento foi a prescrição dos crimes alegados. Um outro processo, no qual
Assange é acusado de violação, ainda está aberto e só prescreve em agosto de
2020.
“Julian Assange manteve-se
voluntariamente longe da justiça e se refugiou na embaixada equatoriana em
Londres. Passado o prazo de prescrição de algumas das acusações, vejo-me
obrigada a suspender a investigação”, afirmou a procuradora Marianne Ny, em
comunicado divulgado em Estocolmo. Sobre a acusação de violação, “o inquérito
preliminar prossegue”, precisou.
Assange está refugiado na embaixada
do Equador no Reino Unido desde junho de 2012, depois de esgotados todos os
recursos que apresentou contra o mandado de detenção da Suécia emitido em
novembro de 2010.
O australiano, de 44 anos, nega as
acusações e se recusa a ir para Estocolmo, por temer ser extraditado para os
Estados Unidos, onde querem julgá-lo pela divulgação de milhares de documentos
diplomáticos e militares confidenciais.
Assange e a procuradora Ny acusam-se
mutuamente por não ter havido, até o momento, nenhuma audiência. “Desde o
início, eu propus soluções simples: venha à embaixada e recolha o meu
depoimento ou prometa não me extraditar para os Estados Unidos. Essa
funcionária sueca recusou as duas. Recusou inclusive um depoimento por
escrito”, afirmou Assange em comunicado.
O australiano disse-se “extremamente
desiludido” por não poder dar a sua versão dos fatos e reiterou que as relações
sexuais com as suecas que o acusaram foram consentidas.
A procuradora afirmou, no entanto,
que Assange tem se recusado a responder às convocações da Justiça sueca. “Desde
o outono de 2010 que tento obter uma audiência com Julian Assange, mas ele
sempre se esquivou”.
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