Quinta, 17 de dezembro de 2013
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
O governador de Sergipe, Marcelo Déda, disse hoje (16)
que ajudar os dirigentes petistas condenados pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) na Ação Penal 470, o processo do mensalão, a pagarem as
multas estabelecidas pelo tribunal é uma questão de “generosidade” e
“solidariedade”.
Déda foi questionado por jornalistas se irá a um jantar que o PT
está organizando para arrecadar fundos para ajudar no pagamento das
multas. A festa vai ocorrer amanhã (17) em um restaurante de Brasília, e
os convites variam entre R$ 100 e R$ 1 mil. De acordo com o partido,
foram vendidos 110 dos 170 convites disponíveis.
Apesar de não ir ao jantar, o governador disse que solidarizar-se
com amigos não significa apoiar eventuais erros cometidos por eles e que
está disposto a contribuir para o pagamento das multas do mensalão, se
for procurado.
“Eu sou de uma geração que aprendeu a valorizar a solidariedade.
Solidarizar-se com um companheiro, com um amigo, que eventualmente
sofreu uma condenação criminal, não significa nenhum tipo de adesão a um
possível erro que foi cometido. É um dos aspectos mais belos da vida
humana: ser capaz de solidarizar-se com um companheiro que não deixou de
ser amigo porque eventualmente foi condenado”, disse Déda em
entrevista após encontro com a presidenta Dilma Rousseff no Palácio do
Planalto.
“Eu, se procurado, contribuirei nos limites da minha solidariedade
com aqueles que são meus amigos. Foram meus companheiros de 20, 30 anos e
que eventualmente estão condenados pelo STF”, acrescentou.
O governador chegou a citar um trecho da Bíblia para argumentar a
favor da solidariedade e generosidade. “Há um trecho em Mateus que
precisa ser lido com mais frequência. É aquele em que o evangelista diz
que Jesus relatara que no final dos tempos ele agradeceria às pessoas
que o visitaram quando estavam doente, que foram à prisão quando ele
estava preso. Eles dirão: 'Mas eu nunca te vi na prisão, nunca te vi
doente'. Ele disse: 'aquele preso a quem foste visitar, aquele doente a
quem visitaste era eu'. Isso não precisa ser religioso para entender”.
Somadas, as multas recebidas pelos deputados José Genoíno (PT-SP),
João Paulo Cunha (PT-SP) e pelo ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu,
passam de R$1,5 milhão.