Segunda, 15 de julho de 2013
Os
ônibus inaugurados por Agnelo não possuem
piso rebaixado, não usam combustível alternativo
e ainda operam com as desumanas catracas.
Foto: Roberto Castro/GDF
piso rebaixado, não usam combustível alternativo
e ainda operam com as desumanas catracas.
Foto: Roberto Castro/GDF
Por Chico Sant’Anna
O sistema que
entra em operação é ultrapassado em termos de tecnologia de transporte
coletivo e, mesmo quando analisado sob a ótica de transporte público em
ônibus, também se mostra desatualizado.
Foi com pompa, ao estilo de Odorico Paraguaçu, e com direito até a
bandeiras vermelhas presas em alguns veículos, que o governador do
Distrito Federal, Agnelo Queiroz inaugurou recentemente o novo sistema
de transporte coletivo do Distrito Federal.
“Novo” é forma de falar. Especialistas no assunto apontam o sistema
que entra em operação como ultrapassado em termos de tecnologia de
transporte coletivo e, mesmo quando analisado sob a ótica de transporte
público em ônibus, também se mostra desatualizado.
Leia também:
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Nas imagens, ao centro, a publicidade do GDF
mostra o esforço físico para o usuário subir
no ônibus. À esquerda, o ônibus alemão.
À direita, o ônibus espanhol. Ambos possuem
piso rebaixado e alguns deles ainda operam
um dispositivo que, sob o comando do motorista,
regula a altura da suspensão com o piso do passeio público.
mostra o esforço físico para o usuário subir
no ônibus. À esquerda, o ônibus alemão.
À direita, o ônibus espanhol. Ambos possuem
piso rebaixado e alguns deles ainda operam
um dispositivo que, sob o comando do motorista,
regula a altura da suspensão com o piso do passeio público.
Na verdade, os novos ônibus que estão entrando em operação não são novos. Podem ser de fabricação recente, mas estão baseados em uma tecnologia da década de 1960, já aposentada em vários países. Os ônibus de Agnelo são veículos montados em chassis de caminhão. Por isso, tem o piso elevado, o que prejudica a acessibilidade de quem entra ou sai. Como não há piso rebaixado, os usuários são obrigados a uma ginástica especial para aceder ou deixar os novos ônibus. Em países como França, Alemanha ou Espanha, o assoalho dos ônibus estão no mesmo nível do passeio público o que permite até a um cadeirante entrar e sair sem grandes problemas.
Catracas
Os ônibus trazem, segundo a propaganda oficial, GPS e câmeras de
segurança, mas nem todos serão climatizados como acontece em outras
localidades que vivenciam temperaturas bem menos agressivas do que as de
Brasília.
Os
ônibus europeus não usam catracas
e por isso possuem mais espaço
de circulação
interna do que os de Brasília,
que contam com antiquadas roletas
e ferragens, dificultando a locomoção.
A cobrança das passagens em dinheiro
abordo coloca em risco os passageiros,
apesar da existência de cofre.
e por isso possuem mais espaço
de circulação
interna do que os de Brasília,
que contam com antiquadas roletas
e ferragens, dificultando a locomoção.
A cobrança das passagens em dinheiro
abordo coloca em risco os passageiros,
apesar da existência de cofre.
O ícone deste atraso tecnológico é a persistência das indelicadas
roletas. Estamos no século XXI, onde a tecnologia da informação tudo
permite. Os bilhetes e cartões informatizados dispensam, inclusive, a
construção das caras e cercadas paradas de ônibus do BRT. O controle
pode ser feito pelos passes magnéticos sem a necessidade de cercadinhos e
currais, como são chamadas pelos usuários as paradas destinadas à
integração. O sistema permite o acompanhamento em tempo real do volume
de passageiros e da receita.
Leia a íntegra de