Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Dilma e o PT colhem o que plantaram

Quinta, 3 de dezembro de 2015

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Por Luciana Genro


Dilma e o PT plantaram o que estão colhendo agora. Alimentaram Cunha, deram poder ao PMDB, traíram suas próprias promessas eleitorais, gerando um legítimo repúdio ao governo que há muito não se via. O ajuste que Dilma aplica contra o povo, este sim, é um bom motivo para impeachment. Mas quem quer a saída de Dilma para mudar o Brasil – e não apenas para tirar o PT – não pode aceitar um impeachment conduzido pelo corrupto Cunha e que tem como objetivo colocar no poder o vice-presidente Michel Temer.
 
Esta saída manterá as castas políticas que assaltam os cofres públicos no poder e poderá abrir uma agenda econômica ainda mais cruel contra o povo. As propostas que o PMDB lançou recentemente, batizadas de “Agenda Temer”, são tenebrosas: acabar com a indexação do salário mínimo, inclusive em relação aos benefícios previdenciários; reforma do orçamento, com o fim de todas as vinculações constitucionais (casos dos gastos com saúde e educação); e ainda a permissão para que as convenções coletivas prevaleçam sobre as normas trabalhistas – leia-se fim da CLT. É a agenda neoliberal elevada à máxima potência.
 
Qual a saída então? Não é apoiar o governo e nem a proposta de Cunha e do PSDB, com Michel Temer na Presidência. É preciso lutar por uma mudança estrutural no sistema político e no modelo econômico através de novas eleições gerais com regras verdadeiramente democráticas e uma Assembleia Constituinte que possibilite ao povo tomar as rédeas da política nas suas próprias mãos, colocando abaixo as instituições apodrecidas e capturadas pelo poder econômico e pelas castas políticas que não têm nenhum compromisso com os interesses do povo.
 
Confiram mais a respeito da minha posição sobre o impeachment aqui. Um beijo!
Luciana Genro