Segunda, 28 de dezembro de 2015
Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil
Foram soltos hoje (28) os oito policiais militares
investigados por torturar com faca e isqueiro, roubar, ameaçar e
humilhar quatro jovens entre 13 e 23 anos, em Santa Teresa, no centro do
Rio de Janeiro.
Lotados na Unidade de Polícia
Pacificadora (UPP) da Coroa, Fallet e Fogueteiro, os PMs estiveram
presos administrativamente por 72 horas e agora vão prestar serviço
interno. O comando da corporação não divulgou a unidade para onde foram
transferidos.
Na madrugada do Natal, após sair de uma festa, os jovens foram parados em uma blitz.
Eles contaram que os policiais fizeram a abordagem com chutes no rosto e
no tórax, acusando as vítimas de serem bandidos. Depois, partiram para a
tortura.
Eles tiveram partes dos braços, das pernas, do rosto e
um deles, do saco escrotal, cortados, inclusive com faca quente. Os
policiais obrigaram um deles a fazer sexo oral em outro do mesmo grupo e
filmaram a cena. Eles ainda tiveram o cabelo queimado com isqueiro e
foram obrigados a ficar nus no meio da rua.
“A gente implorava
para parar. Não pedia, não. Implorava para parar, chorando todo mundo. E
ele não parava, não. Aí, é que eles batiam mais. Teve uma hora que eu
falei: estou passando mal, meu senhor. Está passando mal? Pegou o spray de pimenta e tacou na minha cara”, contou um dos jovens ao jornal Extra.
Nos
relatos, os jovens, que dizem ter medo de represálias, acusam os
policiais de roubarem mais de R$ 400, cordões, bonés e sandálias.
Depois
da tortura, eles prestaram queixa na delegacia de polícia. Lá,
encontram os mesmos policiais, que tentaram intimidá-los a não fazer a
ocorrência.