Domingo, 20 de dezembro de 2015
Mariana Jungmann*
A vice-presidente do governo espanhol, Soraya Sáenz de
Santamaría, anunciou hoje (20) a vitória do Partido Popular nas eleições
legislativas realizadas hoje no país. Ao todo, o PP conseguiu eleger
121 deputados, com 97% das urnas apuradas.
Logo após o anúnciou, o
secretário-geral do Podemos – partido de esquerda que ficou em terceiro
lugar –, Pablo Iglesias, reafirmou que os resultados da eleições gerais
em Espanha indicam "o fim do bipartidismo" e considerou como prioridade
do seu partido uma reforma constitucional ampla.
"Hoje nasceu
uma nova Espanha. Inaugura-se uma nova etapa política no país. As forças
da mudança obtiveram mais de 20% dos votos, mais de 5 milhões de votos
em todo o país", afirmou Pablo Iglesias, numa referência ao seu partido e
às formações "irmãs" que apoiou, o En Comú Podem, da Catalunha, o
Compromís, da Comunidade Valenciana e o En Mareas, da Galiza.
Iglesias
recordou que o Podemos foi a força mais votada na Catalunha e no País
Basco e a segunda mais votada em comunidades como Madrid e Galiza - em
ambos os casos atrás do PP. Com 97% dos votos escrutinados, o PP regista
121 deputados, seguido do PSOE - com 92 -, do Podemos, que estreia no
parlamento com 69 deputados, e do Ciudadanos, com 40 assentos.
O
líder do Podemos destacou que o PP, de Mariano Rajoy, obteve o seu pior
resultado desde 1989 e o PSOE, de Pedro Sánchez, o seu pior resultado
desde que há democracia em Espanha (1977). "Acabou-se o sistema da
rotação [de poder] em Espanha, acabou-se o bipartidismo. Somos a única
força política de âmbito estatal capaz de liderar um acordo
plurinacional que respeite as forças da mudança, que os espanhóis
pedem", disse Pablo Iglesias.
Ele enumerou suas prioridades: "em
primeiro lugar a blindagem dos direitos sociais na constituição",
defendendo o direito à habitação contra os despejos, a saúde pública e a
educação.
Também recordou como prioridade do seu programa uma
reforma do sistema eleitoral, "imprescindível e inadiável", que permita o
desenvolvimento "plurinacional de Espanha" e uma moção de confiança ao
governo em caso de não cumprimento do seu programa.
"Estamos
começando uma nova era política no nosso país e a nossa agenda, antes de
mais, é a reforma constitucional", disse Iglesias, ao ser questionado
sobre possíveis acordos com outras formações para formar o governo ou
para a votação de investidura do presidente do Governo.
*Com informações da Agência Lusa