Segunda,
28 de dezembro de 2015
Mariana
Tokarnia - Repórter da Agência Brasil
As reformas trabalhista e da Previdência, defendidas pelo
ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, são "suicídio político", segundo
o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Após participar de reunião no Ministério do
Trabalho e Emprego, o senador informou aos jornalistas que as propostas não têm
chance de aprovação no Congresso.
"A chance de emendas constitucionais como essas
passarem é zero. Uma parte da base, como eu e outros, não votará e certamente a
oposição também não vai votar."
Na semana passada, Barbosa disse que, além de
encaminhar ao Congresso Nacional uma proposta de reforma da Previdência nos
próximos seis meses, o governo pretende avançar na reforma trabalhista em 2016.
Segundo o ministro, a Previdência é a principal fonte de
gastos primários do governo. A proposta pode incluir uma idade mínima para
aposentadoria ou flexibilizar a fórmula 85/95 para aumentar a pontuação requerida
para receber o benefício integral.
"Falar em reforma previdenciária e trabalhista é
colocar entidades da sociedade civil contra o governo", afirmou o senador.
Segundo ele, a tentativa de acenar para o mercado pode comprometer a relação
com movimentos sociais e trabalhadores.
"São reformas muito difíceis que só se fazem quando o
governo está bem, consolidado, com grande apoio popular e não em um clima de
guerra política". Conforme o parlamentar, essas pessoas que foram às ruas
"fizeram passeatas contra o impeachment. Do ponto de vista
político, é um erro desmobilizar esse pessoal".
De acordo com Barbosa, as discussões com as centrais
sindicais sobre esses temas estão avançando, inclusive com chance de mudanças
na legislação trabalhista no próximo ano. Os debates são feitos no âmbito no
Fórum Nacional de Previdência e Trabalho, cuja primeira reunião ocorreu em
setembro, com a presença de representantes de trabalhadores, empresários,
aposentados e pensionistas. Os debates resultarão em propostas conjuntas a
serem enviadas ao Congresso.
Farias disse ainda que o mais importante nesse momento é
recuperar a capacidade do Brasil crescer e proteger os empregos. "A gente
sabe que só vai melhorar a situação fiscal quando o país começar a crescer. Não
tem jeito. Temos de ter medidas de estímulo ao crédito, estudar medidas para
colocar o país para crescer."
O senador participou de reunião com o ministro do Trabalho e
Previdência Social, Miguel Rossetto, representantes sindicais e parlamentares
para tratar das demissões de trabalhadores anunciadas pela Companhia
Siderúrgica Nacional (CSN). Segundo ele, as reformas trabalhista e da
Previdência não foram tratadas na reunião.
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