Da Direção Nacional do PSTU
Fora
todos eles! Eleições já! Por um governo dos trabalhadores formado por conselhos
populares
Direção Nacional do PSTU
Após explodir o acordão que manteve por meses com o PT para
livrar a própria cara no Conselho de Ética, o picareta presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), resolveu aceitar um dos pedidos de impeachment
da presidente Dilma.
Não acreditamos que o impeachment é a solução para os
problemas do povo pobre e trabalhador porque entrega aos políticos corruptos
desse Congresso, todos farinha do mesmo saco, a decisão sobre quem deve ou não
governar. Ainda por cima entregaria a presidência a Michel Temer (PMDB), que
não é nada diferente dos que estão aí.
Mas não é mais possível que organizações que se dizem de
esquerda, como o PSOL, ou movimentos que se dizem do campo das lutas, como a
CUT, o MST e o MTST, sigam defendendo o PT e o “Fica Dilma” usando o discurso
vazio de defesa da democracia.
Que democracia? Nós defendemos um governo dos trabalhadores
formado por conselhos populares e acreditamos que esse governo que necessitamos
só conquistaremos através da luta, porque até mesmo as eleições se apresentam
como um jogo em que os vencedores são os que tem mais dinheiro.
Afinal, que democracia é essa em que a grande maioria dos
políticos se elege mentindo para o povo e, uma vez eleitos, fazem o que bem
entendem? Em nome de quem? A presidente, a grande maioria dos deputados,
incluindo Eduardo Cunha e Aécio Neves (PSDB), os senadores, os governadores de
estado e prefeitos foram quase todos eleitos através do financiamento de
bancos, empreiteiras, mineradoras e mentiram para o povo. Prometeram fazer uma
coisa e estão fazendo outra. Se o povo elegeu, tem que poder tirar quando
quiser. Eles prometeram melhorar a vida do povo e estão jogando a crise nas
nossas costas para beneficiar banqueiros. Nós defendemos a revogabilidade
de mandato. Afinal, eles deveriam representar o povo e não os banqueiros e a si
mesmos.
Mas enquanto construímos na luta uma alternativa dos
trabalhadores, exigimos eleições gerais já para presidente, deputados,
senadores, governadores e prefeitos.
Nós, do PSTU, não vamos defender Dilma e o PT porque eles
não defenderam os garis em greve e os operários das fábricas e dos canteiros de
obras, vítimas do desemprego; nós não vamos defender Dilma e o PT porque eles
não defenderam o povo quilombola e os negros e as negras exterminados país
afora pelas balas das polícias e ainda por cima, porque negociaram com a
direita o direito ao futuro de nossa juventude quando abriram passagem para a
aprovação da redução da maioridade penal. Nós não defenderemos Dilma e o PT
porque eles não defenderam os indígenas Guarani Kaiowá que seguem sendo
assassinados. Não só não defenderam como foram os responsáveis, junto com as
grandes empresas, banqueiros e o agronegócio, por essa política que tira os
nossos empregos, ataca os nossos direitos, extermina nossa juventude negra e
povos indígenas.
Nós não defenderemos o PT porque ele nasceu do meio dos
trabalhadores, mas traiu a nossa classe e passou para o outro lado, quando fez
a escolha de governar para os ricos. Por
isso defendemos: Fora todos eles! Eleições já! Por um governo dos
trabalhadores formado por conselhos populares
A direita brasileira, branca e reacionária, já governou este
país por muito tempo: Aécio, Alckmin, FHC, a família Sarney, a família
Magalhães e muitas outras já sangraram demais as costas dos trabalhadores
pobres do nosso país e desde sempre venderam o país ao imperialismo.
Estamos diante de uma crise econômica profunda, que destrói
empregos, destrói os salários por conta da inflação e arrebenta com a vida dos
trabalhadores que têm de fazer mágica para continuar comendo, andando de ônibus
e pagando aluguel.
Junto com a crise econômica, estamos vivendo também uma crise
política: O PT, que era o partido a quem o povo confiou suas esperanças, traiu
os trabalhadores e passou para o lado dos ricos, dos banqueiros, dos patrões,
dos burgueses.
Então, o que fazer?
Nenhum destes governos ou partidos no poder podem nos dar
uma solução. É preciso fazer uma greve geral, que mostre a todos eles que somos
nós, trabalhadores, que produzimos toda a riqueza deste país.
É preciso um governo de trabalhadores, sem patrões, sem
corruptos, constituído por conselhos populares de trabalhadores organizados nas
fábricas, de estudantes organizados nas escolas, do povo pobre organizado em
bairros e ocupações e da juventude preta e pobre das periferias organizada em
seus coletivos.
Só um governo de trabalhadores construído através de
conselhos populares, poderá tomar decisões como parar de pagar a dívida pública
e usar este dinheiro para garantir
- Estabilidade no emprego, fim das demissões e redução da
jornada de trabalho, sem redução dos salários.
- Controle estatal do preço dos alimentos, dos transportes e
dos aluguéis.
- Reestatização de todas as empresas que foram privatizadas,
como a Vale do Rio Doce/Samarco (responsável pela tragédia de Mariana)
- Reforma Urbana e Reforma Agrária sob o controle dos
trabalhadores
- Fim da Polícia Militar
- 10 % do PIB para a educação pública
- 10 % do PIB para a saúde pública