Quarta, 7 de setembro de 2016
Tarde e noite desta terça-feira (6/9).
Mulher de cerca de 60 anos chega
ao Pronto Socorro do HRG, Hospital Regional do Gama, no DF, em torno das 17 horas de ontem (6/9), esperando ser
atendida num tempo razoável.
“Faz a ficha”, senta numa cadeira
na sala de espera e de modo paciente (sem trocadilho) fica a torcer para a
atenderem rápido.
O relógio marca as horas:16. E nada de ser chamada
pelo médico.
Marca novamente: 17 horas, e continua sem ser convocada
para o atendimento.
Chega a Hora do Ângelus e o
milagre não acontece. Nada de atendimento médico.
Começa no rádio a Voz do Brasil,
mas nada de alguma voz chamá-la para o consultório médico.
Já são 20 horas e cadê algum médico
para atendê-la? Ainda não chegou a sua vez.
E aí pelas 21 horas, ou seja,
cerca de quatro horas depois de sua chegada ao hospital...tchan, tchan,
tchan, tchan!!!! Ouve uma voz anunciar:
— Pessoal, médico hoje só pra quem
tá morrendo!
Fazer o que? Voltar a pé para casa.
Com suas dores, sua febre, sua doença.
Já chegando na quadra em que mora no
Setor Leste do Gama comentou sobre o ocorrido com alguns vizinhos que
encontrou. Perguntada porque não esperou até mais tarde, se espantou e foi
direta:
— Uai! Avisaram que só tinha
médico pra quem ‘tava’ morrendo. Eu estou muito mal, mas ainda não estou
morrendo.
E a senhora desejou uma boa noite
aos vizinhos e se dirigiu para casa. Com suas dores, sua febre, sua doença e,
certamente, uma péssima noite que terá pela frente.
— Vida de pobre é assim mesmo. Quem
sabe se algum dia isso muda, arrematou aquela sofrida mulher/contribuinte/paciente.
Quem sabe? Alguém aí sabe? Os
governantes sabem? Responda quem souber.