Do Sinpro/DF
Os deputados distritais prorrogaram, durante sessão plenária desta terça-feira
 (11), a votação de dois Projetos de Decreto Legislativo (PDL) pedindo a
 sustação do Decreto 37.962/2016, que pune servidores públicos com corte
 de ponto e até demissão servidores públicos que realizarem greve. Na 
avaliação dos parlamentares, o fato de não ter
 sido pautado durante a reunião do Colégio de Líderes, realizada pouco 
antes da sessão, impediu o Plenário de votar os decretos de sustação.
Publicado no Diário Oficial do DF (DODF), no dia 6 de outubro, o 
Decreto 37.962/16 é de autoria do governo Rodrigo Rollemberg (PSB) e 
visa a impedir greves do funcionalismo público com punições e demissões.
 “O decreto tem o objetivo de avisar as regras do jogo, para depois o 
servidor não dizer que não sabia”, ameaça Sérgio Sampaio, chefe da Casa 
Civil.
A diretoria colegiada do Sinpro-DF entende que o decreto é um gesto 
intimidatório do governador, que está em dívida com os (as) servidores 
(as) públicos (as) distritais. “No caso categoria docente, além do 
calote nos salários, porque não cumpriu a Lei nº 5.105/13, do Plano de 
Carreira do Magistério Público do DF, no ano passado, há outras dívidas,
 como, por exemplo, a do reajuste do auxílio-alimentação e a indenização
 relativa à licença prêmio não gozada dos (as) professores (as) 
aposentados (as)”, lembra Cláudio Antunes, coordenador de Imprensa do 
sindicato.
Ele lembra que o decreto pode configurar assédio moral e afirma que o
 Governo de Brasília, ao baixar um decreto como este, infringe a 
Constituição Federal e outras leis infraconstitucionais que legislam 
sobre greve no país. “Ele que nos impedir nos manifestarmos contra o 
calote, de reivindicarmos o nosso direito sagrado ao salário corrigido e
 em outros temas importantes para a categoria, como, por exemplo, no 
tema da privatização da escola pública por meio de Organizações 
Sociais”, diz o diretor.
A diretoria colegiada do Sinpro-DF convoca professores (as) em 
horário de coordenação e orientadores (as) educacionais para 
comparecerem à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), na próxima
 terça (18), a partir das 15h, na Galeria Jorge Cauhy.
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Leia mais:
Da CLDF
Os deputados do PT e do PPS apresentaram nesta terça-feira (11) dois 
projetos de decreto legislativo pedindo a sustação do decreto n 
37,692/16, do governador Rodrigo Rollemberg, publicado no Diário Oficial
 do DF no último dia 6, que limita os direitos de manifestação dos 
servidores públicos e está sendo chamado de antigreve. Vários 
parlamentares se manifestaram durante a sessão ordinária desta 
terça-feira (11) pedindo o cancelamento da medida.
O deputado Welington Luiz (PMDB) considerou que o decreto do governador é uma tentativa de intimidar os servidores a lutar pelos seus direitos e uma violência contra a democracia. "Os servidores já estão sendo vítimas de um calote e não podem ser intimidadas dessa maneira", disse ele.
Para Wellington, a Câmara tem que se manifestar e se colocar ao lado dos servidores. "Se não derrubarmos um decreto desses, não podemos representar os eleitores. Esta Casa tem uma obrigação com o povo de Brasília", completou.
O deputado Chico Vigilante (PT) lembrou que boa parte dos reajustes que estão sendo negados agora pelo governo tiveram a participação do então senador Rodrigo Rollemberg nas negociações. Para ele, o decreto é similar à Lei de Greve da ditadura militar.
Na opinião do deputado Wasny de Roure (PT), o decreto trata de matéria já legislada e fere direitos já consagrados no Regime Jurídico Único do DF. Ele lamentou que "o governador, ao invés de chamar os servidores para o diálogo, tenha optado por este caminho".
Já o deputado Bispo Renato Andrade (PR) considerou que o governo quer punir os servidores duas vezes, não pagando o reajuste devido e impedindo que eles cobrem os seus direitos. Para Raimundo Ribeiro (PPS), o governador Rollemberg "não satisfeito em desonrar sua palavra, ainda quer impedir que os servidores demonstrem sua insatisfação". Ribeiro classificou o decreto de "ridículo".
Também se manifestaram na mesma linha contra o decreto os deputados Ricardo Vale (PT), Chico Leite (Rede) e Reginaldo Veras (PDT). Este último leu uma nota de repúdio do seu partido contra o ato do governador, cobrando a revogação imediata do decreto e a retomada do diálogo com os servidores.
     Luís Cláudio Alves - Coordenadoria de Comunicação Social 
   

 
 
 
