Quinta, 13 de outubro de 2016
O Sinpro-DF, para tomar as devidas providências, convoca os professores das escolas de natureza especial para uma reunião na próxima sexta-feira (14/10), às 14h30, na sede do Sindicato.
===========
Do Sinpro/DF
Esta semana, a Secretaria de Educação realizou reuniões para dizer
que estuda a possibilidade de, em 2017, retirar das escolas de natureza
especial – Centros Interescolares de Línguas (CILs), Escolas Parques,
Centro Interescolar de Educação Física (Cief), Escola do Parque da
Cidade (Proem) e Escola da Natureza – o direito de organizar a sua grade
no formato da jornada ampliada.
“Isto é um prejuízo do ponto de vista do trabalhador, mas sobretudo
da comunidade escolar – que terá o atendimento comprometido”, explica o
coordenador de Imprensa do Sinpro-DF, Cláudio Antunes.
Segundo o dirigente, ao retirar a jornada ampliada a escola deixará
de atender a comunidade escolar por duas horas diárias. “Na jornada
ampliada, a escola funciona cinco horas no turno matutino e mais cinco
no turno vespertino”, diz. Em outras palavras, retirar a jornada
ampliada significa que “nós teremos a escola trabalhando apenas quatro
horas no matutino e outras quatro no vespertino. São duas horas a menos
de atendimento. No período de uma semana serão 10 horas a menos”.
Vale lembrar que, em 2008, o então governador Arruda tentou fazer a
mesma coisa com as Escolas Parques. Mas o Sinpro-DF, como agora, está se
posicionando absolutamente contra um prejuízo que é levado à categoria,
na sua forma de organização do trabalho, e à comunidade escolar, com a
retirada de 10 horas semanais ou 40 horas mensais de atendimento. À época, o Sindicato denunciou a manobra e impediu que essa mazela se concretizasse nas escolas.
A atual atitude do GDF guarda sintonia com a PEC 241 – que congela
recursos – pois vai impactar a organização escolar. “Se não há mais
investimentos, a tendência natural é que governos neoliberais, a exemplo
do de Rollemberg (PSB), busquem diminuir esses atendimentos à
comunidade, economizando no funcionamento das escolas – reduzindo,
portanto, o número de professores também nas unidades escolares”,
conclui Cláudio.
A jornada ampliada para toda a rede é uma conquista da qual não
podemos abrir mão. Se hoje discutem o fim da jornada nas escolas de
natureza especial, amanhã vão discutir esse tema para todas as escolas.
No caso dos estudantes das escolas regulares isso significará a redução
de 200 horas de aula.
Justamente por isso, professores e estudantes têm criticado duramente
a reforma do ensino médio, assim como as alterações propostas ao ensino
fundamental, que não passem por uma discussão ampla com a comunidade
escolar. Ou seja, querem enxugar os investimentos na área de educação
reduzindo a carga horária.
Assembleia e paralisação – O Sinpro-DF, para tomar as devidas providências, convoca os professores das escolas de natureza especial para uma reunião na próxima sexta-feira (14/10), às 14h30, na sede do Sindicato.
Inclusive, a assembleia geral da categoria, em 10 de novembro, já
terá como ponto de pauta a questão da defesa da jornada ampliada.
No dia 11, a mobilização continua. A CUT definiu esta data como dia
nacional de paralisação em defesa da classe trabalhadora e dos direitos
sociais – o que passa por uma escola pública de qualidade, com a jornada
ampliada que nós conhecemos.