Domingo, 16 de outubro de 2016
Aline Leal – da Agência Brasil
Na
data em que se comemora o Dia Mundial da Alimentação (16), a
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO)
destaca que, com as mudanças climáticas, o desafio de alimentar uma
crescente população mundial aumenta. Segundo o representante da entidade
no Brasil, Alan Bojanic, a seca fez com que o Nordeste do Brasil
perdesse 50% de sua produção nos últimos cinco anos, se comparado com os
cinco anteriores.
Com o tema “O clima está mudando. A
alimentação e a agricultura também devem mudar” como destaque da data em
2016, a FAO estima que o número mundial de habitantes vai superar os 9
bilhões em 2050. Segundo o órgão internacional, a produção mundial de
alimentos precisaria aumentar em 60% para assegurar o equilíbrio da
segurança alimentar.
“Precisamos ver resposta para esse problema.
Precisamos de uma agricultura mais adaptativa, diferente, que seja
sustentável, ambientalmente amigável e essa agricultura precisa de muita
pesquisa. Precisamos de mais variedades de alimentos que aguentem as
variações de precipitação, de calor, de frio, problemas de enchente. Uma
agricultura adaptativa a essas mudanças climáticas”, ressalta Bojanic.
Segundo
a FAO, cultivar alimentos de forma sustentável significa adotar
práticas que produzam mais com menos insumos na mesma área e usem
recursos naturais com sabedoria. Significa, também, reduzir o
desperdício, com melhor colheita, armazenagem, embalagem, transporte,
infraestrutura e comércio.
Mesmo com uma produção eficiente, o
representante da FAO defende políticas públicas que facilitem o acesso
dos mais pobres ao alimento. “Você pode produzir na quantidade
suficiente, mas pode não ter acesso, ou seja, pode não ter segurança
alimentar para todos. É importante ter equilíbrio entre acesso e
produção no contexto nas mudanças climáticas”, destaca Bojanic.
Brasil
No
Brasil, cerca de 3% da população vive em situação de vulnerabilidade
alimentar. “O Brasil saiu do mapa da fome em 2014 por causa de políticas
públicas que facilitaram o acesso aos alimentos, principalmente
alimentação escolar, que é uma chave para acesso, mas também
transferência de renda, fortalecimento da agricultura familiar, o apoio à
população da região semiárida com cisternas e carros-pipa”, acrescenta
Bojanic.