Segunda, 17 de outubro de 2016
André Richter - Repórter da Agência Brasil*
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes
autorizou hoje (17) a Procuradoria-Geral da República (PGR) a ter acesso
aos aquivos da extinta Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI)
dos Correios, criada na década passada para investigar as denúncias do
mensalão.
Mendes atendeu a pedidos da PGR para acessar os
arquivos da CPMI, além de autorizar a quebra de sigilo de dados do Banco
Rural sobre as informações bancárias enviadas para a comissão.
A
medida foi autorizada no inquérito em que o senador Aécio Neves
(PSDB-MG), o ex-senador Delcídio do Amaral, e o prefeito do Rio de
Janeiro, Eduardo Paes, são investigados na Corte.
As
investigações são baseadas em um dos depoimentos de delação premiada do
ex-senador Delcídio do Amaral. Em 2005, segundo ele, durante os
trabalhos da CPMI dos Correios, o senador Aécio Neves, então governador
de Minas Gerais, “enviou emissários” para barrar quebras de sigilo de
pessoas e empresas investigadas, entre elas o Banco Rural.
Um dos
emissários, segundo Delcídio, era Eduardo Paes, secretário-geral do
PSDB na época, Conforme relato do ex-senador, o relatório final da CPMI
foi aprovado com “dados maquiados”.
Autorização da Mesa
Em
nota, a assessoria de Aécio Neves diz que o senador considera “adequada
a decisão do ministro Gilmar Mendes referente à CPI dos Correios, pois
contribui para garantir transparência ao processo”.
A assessoria
do senador divulgou também nota pública do secretário-geral da Mesa do
Senado, Luiz Fernando Bandeira de Mello, de maio deste ano, na qual ele
esclareceu, em resposta a matérias sobre esse assunto divulgadas na
imprensa, que o acesso de Aécio Neves a documentos da CPMI dos Correios
obedeceu a todos os requisitos legais.
* Colaborou Mariana Jungmann