Sexta, 15 de setembro de 2017
Elaine Patricia Cruz - da Agência Brasil
Em audiência de custódia realizada na tarde de hoje (15), em São
Paulo, o juiz João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Federal, decidiu manter
o empresário Joesley Batista, da J&F, preso preventivamente. Em sua
decisão, o juiz alegou que Joesley não teria nenhuma dificuldade para
fugir do Brasil, caso desejasse.
Ele também argumentou que o caso
é de grande repercussão no país e que, por isso, é preciso "maior
atenção que em outros casos que aconteceram".
A decisão do juiz é
uma resposta à argumentação do advogado de Joesley, Pierpaolo Bottini,
de que a prisão preventiva nesse caso é arbitrária e que seu cliente
seria a única pessoa presa no país pelo crime de insider trading.
Joesley
Batista chegou por volta das 15h30 à Justiça Federal, onde foi ouvido
em audiência de custódia. A audiência começou as 16h30 e durou cerca de
meia hora, e se refere à investigação dos irmãos Batista no processo que
apura o uso de informações privilegiadas para lucrar no mercado
financeiro.
A audiência de custódia não trata do processo em si,
mas do ato de prisão, de que forma ela se deu. Durante a audiência,
Joesley disse que não sofreu maus tratos durante a prisão e reafirmou
inocência. Segundo o empresário, a empresa vendeu ações no mercado no
dia após a divulgação dos áudios contra Temer "como faz naturalmente".
"Vendi porque precisava de caixa", explicou, negando que a intenção
tenha sido obter lucro.