Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Nota de repúdio à violência e em solidariedade aos companheiros da FETRAF

Segunda, 22 de junho de 2020


O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vem a público manifestar repúdio à violência sofrida pelas famílias acampadas no Acampamento Lagoa Nova Carajás, no município de Parauapebas, Pará. Recebemos nesta manhã com muita tristeza e preocupação a notícia do ataque sofrido às famílias acampadas na fazenda Lagoa na noite de ontem (21).

No acampamento, residem 248 famílias há cinco anos e é coordenado pela FETRAF (Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar). Na noite de domingo (21), os trabalhadores foram violentamente atacados por seguranças da Vale. O ataque deixou diversas pessoas feridas, em meio à momentos de pânico e terror.

Historicamente, a violência tem sido usada no estado do Pará como instrumento nas mãos do latifúndio e das grandes empresas para impedir que os trabalhadores permaneçam em luta pela conquista da terra. O Pará tem sido marcado por massacres, assassinatos de lideranças e ataques a defensores dos direitos humanos. O ataque ao acampamento em Parauapebas marca mais uma página desta história de violência e violação dos direitos humanos na nossa região. 

Em um período em que o mundo inteiro se volta para o avanço de casos da Covid-19, presenciamos mais um caso de violência e ataque aos trabalhadores no estado do Pará. A paralisação da Reforma Agrária, a política de não assentamento das famílias acampadas e a falta de iniciativa do governo em solucionar conflitos é responsável por esse e por outros casos de conflito no campo no Brasil.

Nos solidarizamos aos trabalhadores e trabalhadoras que foram alvo desse ataque covarde e manifestamos nosso repudio ao acirramento da violência cometida contra os camponeses no estado do Pará.
Coordenação Estadual do MST – PA, Marabá, 22 de Junho de 2020
Fonte: Página do MST 
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