Quinta, 23 de junho de 2011
Do site da "Auditoria Cidadã da Dívida"
O Portal Esquerda.net mostra que o Bloco de Esquerda no Parlamento de
Portugal apresentou Projeto de Resolução com o objetivo de criar
Comissão de Auditoria da Dívida Externa. Diz o Projeto:
“A crise da dívida soberana é a expressão mais grave de uma
profunda reconfiguração das relações internacionais, da pressão dos
mercados financeiros, da vulnerabilidade dos Estados-Nação e das regiões
monetárias, como a zona euro, e da evolução das economias reais. No
contexto europeu, essa crise arrastou a Grécia, depois a Irlanda e
finalmente Portugal para um resgate financeiro definido por um programa
de empréstimo e de intervenção económica negociado com o FMI, a Comissão
Europeia e o Banco Central Europeu.
Ora, as condições deste empréstimo penhoram o desenvolvimento
económico português e submetem os cidadãos a drásticas condições no seu
futuro imediato. O conhecimento detalhado da natureza da dívida é por
isso uma exigência democrática elementar que os contribuintes têm o
direito de ver satisfeita.”
Em sua fala, o deputado Pedro Filipe Soares mostrou a necessidade de realizar a
“clarificação democrática da crise da dívida soberana”. “Quando temos
uma dívida para pagar devemos saber o que pagamos, como pagamos, quais
os compromissos que assumimos”.
A notícia mostra mais uma vez que a proposta da auditoria da dívida
cresce rapidamente na Europa, como uma alternativa às nefastas medidas
impostas pelo FMI e União Européia, que representam os interesses dos
rentistas, ávidos em cortar direitos dos trabalhadores para cobrar
dívidas em grande parte ilegítimas.
Enquanto isso, no Brasil, o governo já anuncia um mega-pagamento da
dívida interna de R$ 119 bilhões no dia 1º de julho, conforme mostra o
jornal Valor Econômico. Para tal pagamento, será utilizado o chamado
“colchão de liquidez”, ou seja, uma reserva de centenas de bilhões de
reais, sempre pronta a satisfazer o setor financeiro, mas sempre negada
às urgentes demandas sociais, sob o eterno argumento de que isto geraria
inflação, hipótese esta nunca levantada quando se trata de pagar a
questionável dívida.
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