Quinta, 23 de junho de 2011
Estão pedindo a cabeça de
Expedito Veloso, secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico do governo Agnelo.
Quem pede são os caciques nacionais do PT, inconformados por ele abrir o bico e
confessar que Aloízio Mercadante, ministro de Ciência e Tecnologia de Dilma foi
o mentor do dossiê apócrifo contra José Serra quando das eleições de 2006 para governador
de São Paulo. Serra e Mercadante disputaram aquelas eleições, vencidas pelo
tucano.
No jornal Folha de São Paulo de
hoje (23/6) a ex-senadora Serys Slhessarenko, do PT, confirmou que o auxiliar
de Agnelo lhe disse que a armação contra ela, que disputou o governo
do Mato Grosso em 2006, foi promovida pelo ex-deputado Carlos Abicalil e outros
integrantes do partido. Hoje Abicalil é secretário do MEC (Ministério da
Educação), e teria naquela época promovido a armação para ligar Serys à “máfia
dos sanguessugas”, responsável possivelmente pelo terceiro lugar nas eleições. O grupo do ex-deputado defendeu a candidatura do latifundiário
e mega produtor rural Blairo Maggi.
O estranho de tudo isso é que a
cabeça do secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico do governo Agnelo
está sendo pedida pelos cardeais do PT nacional não em razão dele ter
participado de uma ação criminosa, mas tão somente porque bateu com a língua
nos dentes. Claro que isso aconteceu depois que a revista Veja teve acesso à
gravação telefônica em que Expedito Veloso comentava o esquema contra Serra. Ficava difícil para ele negar frente à gravação de sua voz.
Queriam que ele mantivesse a
postura dos Delúbios, Dirceus e Paloccis. Abrir a boca, jamais. O auxiliar do
governo do DF teria de ser “expedito” apenas no trabalho de montagem dos dossiês,
não em abrir o jogo com a imprensa.