Quarta, 21 de junho de 2011
Alvo de processo do
Ministério Público Federal, sob a acusação de ser responsável por superfaturamento
no aluguel antecipado da Vila do Pan (Rio de Janeiro, 2007), fato constatado em
relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), o governador de Brasília, Agnelo
Queiroz, parece que não consegue sair do seu inferno astral.
Além de ainda não ter
mostrado a que veio, com um governo que continua sem conseguir um mínimo de
arrumação da “casa” (muitos dos arrumadores vieram dos governos que sujaram a casa)
e nem pegar um novo caminho, Agnelo tem sofrido acusações sérias.
Foi acusado em
reportagem da revista Época de ter recebido R$300 mil de doação para sua
campanha ao governo, através do seu comitê. Doação “por dentro”, o que
significa registrada na prestação de contas. O estranho apontado no episódio é
que a M Brasil, a empresa doadora, tinha como seus dois proprietários um
sargento do Corpo dos Bombeiros da Bahia, que ganha salário de pouco mais de
R$1.900. O outro proprietário, um motoboy, que também mora em uma casinha em
subúrbio pobre de Salvador, sequer sabia que possuía tal empresa. Eram, de
fato, dois laranjas enchendo os cofres dos outros.
Mais ainda, o grupo da
M Brasil foi beneficiado com um contrato milionário, contrato realizado sem
licitação, ao arrepio da lei, contrariando parecer do órgão jurídico da Anvisa.
Na época o diretor da Anvisa era o hoje governador de Brasília.
Agnelo deixou a agência
para se desincompatibilizar, o que era necessário fazer para que pudesse
disputar o governo do DF. Seu substituto na Anvisa anulou imediatamente o contrato
com o grupo da M Brasil, cumprindo, assim, a orientação do parecer do setor
jurídico.
Ontem (21/6) o
jornalista investigativo Mino Pedrosa publicou no site QuidiNovi uma reportagem
jogando sobre os ombros de Agnelo sérias acusações. Acusações que não podem
ficar sem resposta, sem explicações do governador de Brasília. E também explicações
do senador Gim Argelo.
A reportagem “Governador Agnelo Queiroz e senador
Gim Argello com as mãos no cofre da ANVISA” coloca coisas como: “Laudos,
pareceres e perícias, encomendadas por Agnelo Queiroz na ANVISA, revelam um
grande esquema de corrupção com superfaturamento em desfavor da Agência criada
para proteger o consumidor na área da Saúde Federal. Os documentos mostram como
opera o senador Gim Argelo, (PTB-DF) usando seu testa de ferro Marcos Pereira
Lombardi, empresário com o maior patrimônio pessoal imobiliário de Brasília,
conhecido como Marcola.”
E mais: “A cena do crime se passa na sede nacional
da ANVISA, em Brasília, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), trecho 5,
lote 200, Área Especial 57, mais o acréscimo de invasão de uma área pública.”
Não pode, não deve, o governador de uma unidade da
federação governar sem que consiga explicar esse tipo de acusações. Deveria o
governador de Brasília, para o bem do Distrito Federal, que tão turbulentos
dias viveu com a desastrosa passagem de Arruda pelo Buriti, dar todas as
explicações detalhadas sobre o assunto. Se é que as pode dar.
Agnelo terá que demonstrar que o governo do Distrito Federal é um governo que de um novo caminho, um governo diferente.
A reportagem completa de Mino Pedrosa pode ser lida
aqui.