Quarta, 2 de abril de 2014
Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil
Edição: Nádia Franco
Os metroviários do Distrito
Federal decidiram iniciar paralisação na próxima sexta-feira (4). O
objetivo dos trabalhadores é chamar a atenção da sociedade e do governo
para os problemas da categoria e aguardar “propostas concretas” para
suas reivindicações.
De acordo com o coordenador-geral do
Sindicato dos Metroviários do Distrito Federal (Sindmetrô-DF), Luciano
Costa, a categoria vai manter 30% do efetivo trabalhando durante a
paralisação.
Os metroviários pedem, principalmente, a correção
das distorções salariais do plano de carreira, redução de jornada de
oito para seis horas e reajuste salarial de 10% para todos os
empregados. Outra demanda dos trabalhadores é a implantação do plano de
previdência, que, segundo o Sindimetrô-DF, foi discutido no último
acordo coletivo, mas não saiu do papel.
A categoria também
reivindica mais segurança. “O ideal era ter uma dupla do Corpo de
Segurança Operacional por trem. O quadro está tão defasado que, hoje,
temos uma dupla para seis estações. Nos terminais, em situações de maior
fluxo, deveríamos ter dez seguranças por turno. Hoje, se tivermos
quatro, é muito”, explicou Costa.
De acordo com Costa, o governo
do Distrito Federal não apresentou propostas. Em reunião no dia último
dia 25, o governo entregou um documento com propostas, mas não sentou
para negociar. “A comissão de negociação entendeu que o documento não
propunha nada”, afirmou Costa. Segundo ele, as propostas do governo não
traziam ganhos reais para todos os trabalhadores.
Em nota, o
Metrô-DF explica que ofereceu reajuste do salário e benefícios,
corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), além de
“gratificação de titulação, que varia de 10% a 30% sobre o
salário-base”. O coordenador do sindicato, no entanto, refutou o
reajuste oferecido. “Correção pelo INPC é direito do trabalhador. Não
admitimos que governo ou empresa faça barganha com INPC”. O governo
informou que as propostas valerão apenas se a paralisação for suspensa.
Os trabalhadores, no entanto, só aceitam ouvir novas propostas após o
início da greve.
De qualquer forma, o Metrô-DF emitiu nota
informando que, em virtude da paralisação, tomará medidas “para
minimizar os impactos à população”. A empresa anunciou o fechamento de
dez estações para embarque. São as estações 102 Sul, 108 Sul, 112 Sul e
Asa Sul, em Brasília; Estação Feira, no Guará; Concessionárias, em Águas
Claras; Centro Metropolitano e Taguatinga Sul, em Taguatinga;
Guariroba, em Ceilândia; e Samambaia Sul, em Samambaia. Todas as 24
estações do metrô estarão abertas para desembarque de passageiros.