Sexta,
2 de outubro de 2015
Kelly
Oliveira - Repórter da Agência Brasil
Bancários de todo o país iniciam greve na
próxima terça-feira (6), informou o Comando Nacional dos Bancários,
coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
(Contraf-CUT). A categoria ainda fará assembleias na próxima segunda-feira
(5), para organizar o movimento. Ontem à noite, foram feitas assembleias em
várias cidades do país: a greve foi confirmada. Em Brasília e em Porto Alegre,
os bancários decidiram pela greve na quarta-feira (30).
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceu 5,5% de
reajuste para salários e vales. A proposta inclui abono de R$ 2,5 mil, não
incorporado ao salário. Os bancários querem reajuste salarial de 16% (incluindo
reposição da inflação mais 5,7% de aumento real), entre outras reivindicações.
Em nota, a Fenaban informou que a proposta dos bancos tem o
objetivo de compensar perdas da inflação passada. “No momento delicado da
economia, a proposta apresentada visa a compensar perdas decorrentes da
inflação passada, sem contaminar os índices futuros, o que iria contra todos os
esforços do governo para reequilibrar os fundamentos macroeconômicos,
possibilitando a retomada do crescimento econômico”, diz o documento.
Para a federação, o reajuste de 5,5% sobre os salários de 31
de agosto de 2015 vai, no mínimo, recompor o poder de compra dos trabalhadores
dos últimos 12 meses. “Os trabalhadores terão ainda um abono de R$ 2,5
mil, a ser distribuído igualmente para toda a categoria dos bancários, que
abrange cerca de 500 mil trabalhadores – esse valor não será incorporado aos salários
– para compensar as perdas passadas. Seu impacto será maior nos salários mais
baixos, indenizando integralmente as perdas passadas decorrentes da inflação de
até 60% dos bancários”, acrescenta.
Com a correção, o salário de ingresso de um caixa, após 90
dias no emprego, passa de R$ 2.426,76 para R$ 2.560,23, diz a Fenaban. “É
importante destacar que os bancários receberão participação de 5% a 15% nos
lucros dos bancos, maior quanto menor for o salário e maior seja a
lucratividade da instituição”, acrescenta. A Fenaban diz ainda que a fórmula de
cálculo dessa distribuição é idêntica à adotada anteriormente com aprovação dos
sindicatos. “Quando sua aplicação resultar numa soma inferior a 5% do lucro do
banco, ela prevê mecanismos para que o valor pago ao funcionário seja
reajustado de forma a alcançar 5% do lucro ou 2,2 salários do bancário, até o
limite de R$ 22.884,87”, explica.