Quarta, 28 de
outubro de 2015
Carolina
Gonçalves – Repórter da Agência Brasil
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), será notificado pelo
Conselho de Ética até amanhã (29), para apresentar sua defesa na representação
que começa a tramitar a partir da próxima semana no colegiado. No início da
tarde de hoje (28), o documento numerado pela Mesa Diretora da Casa foi
entregue ao colegiado. O peemedebista terá dez dias para organizar argumentos e
tentar evitar que o processo resulte na cassação de seu mandato como deputado.
O pedido de abertura do processo foi assinado por cerca de 50
parlamentares de sete partidos (PSOL, Rede, PT, PSB, PROS, PPS e PMDB), que
defendem o afastamento de Cunha. Eles tomaram a iniciativa em razão das
denúncias de que o peemedebista, sua mulher e filha têm contas na Suíça que não
foram declaradas. As contas seriam mantidas com dinheiro originado do pagamento
de propina em contratos da Petrobras, investigados na Operação Lava Jato.
Em até 90 dias, o processo deve ser concluído. Até lá, o relator do caso,
escolhido a partir de lista tríplice sorteada entre os 21 integrantes do
conselho, poderá pedir acesso a documentos. Ele vai ouvir testemunhas,
entidades e bancos que possam esclarecer dúvidas. O presidente do colegiado,
deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), que tem garantido isenção no processo,
disse que o parecer pode ser concluído ainda este ano, “dependendo do relator”.
Além das contas no exterior, Cunha também é denunciado por corrupção
passiva e lavagem de dinheiro pela Procuradoria Geral da República. As
suspeitas envolvendo seu nome têm motivado outros movimentos pela sua saída.
Representantes e membros de segmentos e de movimentos evangélicos – religião de
Cunha – lançaram hoje um manifesto de repúdio “às ações do Deputado Eduardo
Cunha. “As denúncias de corrupção e o envio de recursos públicos para contas no
exterior inviabilizam a permanência do deputado Eduardo Cunha no cargo que
ocupa, uma vez que não há coerência e base ética necessária a uma pessoa com
responsabilidade pública”, destacaram.