Terça, 27 de outubro de 2015
Do El País Brasil
Por Afonso Benites — De Brasília
- Oposição, minoritária em comissão, quer foco em suposta venda de MPs para empresas
‘Mito Lula’ é sacudido por denúncias e rejeição ao seu nome aumenta
Quando estourou, em março último, a Operação Zelotes
pareceu ter potencial para um grande estrago: apurava a negociação para aliviar
dívidas tributárias bilionárias de empresas, grandes bancos e multinacionais.
Tudo passava pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), espécie
de tribunal da Receita Federal onde as empresas recorrem quando contestam a
cobrança de impostos. Os meses seguintes, no entanto, foram de penúria e reclamação dos envolvidos
na investigação, que se queixavam de não ter condições para deslanchar e
invejavam a engrenagem e a repercussão política da maior operação em curso, a
Lava Jato.
No front
político não era diferente. Tanto é assim que há menos de 20 dias não causou
muita comoção o massacre
sofrido pela oposição ao Governo Dilma Rousseff
(PT) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar o Carf.
Na ocasião, os senadores rejeitaram requerimentos para convocar para depor o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu filho caçula, Luís Cláudio Lula da Silva, e dois
ex-ministros petistas Erenice Guerra e Gilberto Carvalho.
Esta segunda-feira, no entanto, marcou uma mudança de rumo
e um ensaio de sobrevida para a CPI, cujos oposicionistas agora sonham em impor
danos ao Planalto e ao PT em meio à crise. O fato principal foi a prisão, pela Operação Zelotes,
de seis pessoas e o cumprimento de mandados de busca em 18 locais, entre eles
um escritório de Luís Cláudio, filho de Lula — os advogados de Luís Cláudio
emitiram uma nota à imprensa para negar irregularidades nos contratos e
afirmaram que não há nenhuma vinculação com o que está sendo investigado. Foi o
suficiente para mudar o status e a voltagem política da comissão.
Leia a íntegra em:
http://brasil.elpais.com/brasil/2015/10/26/politica/1445897069_334652.html