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(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Cristovam critica violência da polícia do DF contra professores

Quinta, 29 de outubro de 2015
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O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) foi à tribuna do Senado, nesta quinta-feira (29), para criticar e manifestar sua indignação com a ação repressiva da polícia do Distrito Federal para coibir a manifestação realizada pelos professores na tarde desta quarta-feira (28).
- Eu lamento estar aqui para manifestar minha profunda indignação com a maneira como o Governador do Distrito Federal – que foi nosso colega aqui –, como seu Governo, através da sua Polícia Militar, tenha espancado professor, prendido professor, tirado professor de dentro de carro e levado para a delegacia.
Para Cristovam, bater em professor é bater no futuro do País.

- O futuro de um país tem a mesma cara da sua escola hoje. Olhe para uma escola de um país, para o conjunto das escolas: se ela for feia, alquebrada, maltratada, assim vai ser o futuro do país. O futuro de um país tem a cara da escola desse país no presente.
O senador acrescentou que é absolutamente perfeita a metáfora de que um país que bate em professor bate no seu futuro, até porque se dá um péssimo exemplo para as crianças, que tomam conhecimento de que aqueles que estão ali, sendo espancados, presos, levados em carros da polícia, ficando em delegacia, aqueles são seus professores.
- E depois reclamamos do mau comportamento das crianças. Depois reclamamos da violência dentro das escolas. Esse é o produto de governos que batem em professor, que prendem professor. Eu manifesto minha profunda indignação com esse fato - discursou.
Para Cristovam, se explica perfeitamente quando o Governador Rodrigo Rollemberg diz que não tem dinheiro para pagar as reivindicações dos professores.
- Eu acho que se explica, porque quando a gente analisa as contas, de fato o governo anterior irresponsavelmente comprometeu gastos numa proporção que hoje não se tem. É explicável, mas não justifica a maneira como o professor é tratado na rua.
O senador Cristovam disse se se explica, mas não justifica quando o Governador diz, numa nota, que as ruas e vias públicas têm que ser abertas, porque ali passam professores também, ali passam trabalhadores que vão ao trabalho, ali passam doentes que querem ir buscar um atendimento.
- As vias têm que estar abertas. Explica-se, mas não se justifica que para abrir uma via pública que manifestantes, professores tomaram por um momento, botaram a polícia.
O senador criticou ainda o governador por evitar o diálogo com os senadores, os federais e os distritais:
- O que o governador deveria ter feito era nos convocar, para ver até que ponto a explicação que ele tem da falta de dinheiro é uma justificação que permitiria usar a nós próprios para conseguirmos convencer os professores de que suas reivindicações são inviáveis de serem atendidas.
Ex-governador do Distrito Federal, Cristovam disse que greve é normal. Segundo ele, quase todo governo enfrentou greves, de todas as categorias, mas especialmente de professores, mas poucos usaram a polícia contra os professores.
- Eu fico triste de ter dado meu apoio, de ter colaborado para eleger o Governador e me incomoda hoje que o meu Partido esteja dentro do Governo, que é responsável por espancamento a professores, por prisão de professores.
Por fim, ele disse que o governador Rodrigo Rollemberg deveria vir a público dar explicações e apontar responsáveis pela violência contra os professores:
-  O governador precisa vir de público dizer que não tem nada com isso, mas para isso ele tem que mostrar quem é o culpado e tem que punir quem fez - disse.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Gabinete do senador Cristovam Buarque.
Foto: Correio Braziliense - Jhonatan Vieira