O senador Cristovam
Buarque (PDT-DF) foi à tribuna do Senado, nesta quinta-feira (29), para
criticar e manifestar sua indignação com a ação repressiva da polícia do
Distrito Federal para coibir a manifestação realizada pelos professores na
tarde desta quarta-feira (28).
- Eu
lamento estar aqui para manifestar minha profunda indignação com a maneira como
o Governador do Distrito Federal – que foi nosso colega aqui –, como seu
Governo, através da sua Polícia Militar, tenha espancado professor, prendido
professor, tirado professor de dentro de carro e levado para a delegacia.
Para
Cristovam, bater em professor é bater no futuro do País.
- O futuro
de um país tem a mesma cara da sua escola hoje. Olhe para uma escola de um
país, para o conjunto das escolas: se ela for feia, alquebrada, maltratada,
assim vai ser o futuro do país. O futuro de um país tem a cara da escola desse
país no presente.
O senador
acrescentou que é absolutamente perfeita a metáfora de que um país que bate em
professor bate no seu futuro, até porque se dá um péssimo exemplo para as
crianças, que tomam conhecimento de que aqueles que estão ali, sendo
espancados, presos, levados em carros da polícia, ficando em delegacia, aqueles
são seus professores.
- E depois
reclamamos do mau comportamento das crianças. Depois reclamamos da violência
dentro das escolas. Esse é o produto de governos que batem em professor, que
prendem professor. Eu manifesto minha profunda indignação com esse fato -
discursou.
Para
Cristovam, se explica perfeitamente quando o Governador Rodrigo Rollemberg diz
que não tem dinheiro para pagar as reivindicações dos professores.
- Eu acho
que se explica, porque quando a gente analisa as contas, de fato o governo
anterior irresponsavelmente comprometeu gastos numa proporção que hoje não se
tem. É explicável, mas não justifica a maneira como o professor é tratado na
rua.
O senador
Cristovam disse se se explica, mas não justifica quando o Governador diz, numa
nota, que as ruas e vias públicas têm que ser abertas, porque ali passam
professores também, ali passam trabalhadores que vão ao trabalho, ali passam
doentes que querem ir buscar um atendimento.
- As vias
têm que estar abertas. Explica-se, mas não se justifica que para abrir uma via
pública que manifestantes, professores tomaram por um momento, botaram a
polícia.
O senador
criticou ainda o governador por evitar o diálogo com os senadores, os federais
e os distritais:
- O que o
governador deveria ter feito era nos convocar, para ver até que ponto a
explicação que ele tem da falta de dinheiro é uma justificação que permitiria
usar a nós próprios para conseguirmos convencer os professores de que suas
reivindicações são inviáveis de serem atendidas.
Ex-governador
do Distrito Federal, Cristovam disse que greve é normal. Segundo ele, quase
todo governo enfrentou greves, de todas as categorias, mas especialmente de
professores, mas poucos usaram a polícia contra os professores.
- Eu fico
triste de ter dado meu apoio, de ter colaborado para eleger o Governador e me
incomoda hoje que o meu Partido esteja dentro do Governo, que é responsável por
espancamento a professores, por prisão de professores.
Por fim,
ele disse que o governador Rodrigo Rollemberg deveria vir a público dar
explicações e apontar responsáveis pela violência contra os professores:
- Â O
governador precisa vir de público dizer que não tem nada com isso, mas para
isso ele tem que mostrar quem é o culpado e tem que punir quem fez - disse.
Fonte: Assessoria
de Comunicação do Gabinete do senador Cristovam Buarque.
Foto:
Correio Braziliense - Jhonatan Vieira