Sábado, 31
de outubro de 2015
Da Agência
Brasil
Norberto Mânica e José Alberto de Castro foram condenados
pelo juiz Murilo Fernandes pelos homicídios dos três fiscais do Trabalho e um
motorista no crime que ficou conhecido Chacina de Unaí. A sentença foi
proferida na noite de hoje (30) por Fernandes. O julgamento ocorreu na sede da
Justiça Federal, em Belo Horizonte (MG). O conselho de sentença foi formado por
quatro mulheres e três homens.
Mânica foi condenado a 100 anos de prisão. O fazendeiro
poderá abater da condenação o período de um ano e quatro meses que já cumpriu
na cadeia. O empresário José Alberto de Castro foi condenado a 96 anos e cinco
meses de reclusão. O juiz, no entanto, concedeu aos réus o direito de recorrer
em liberdade. Eles terão de entregar os passaportes e estão impedidos de
sair do país. As informações foram divulgadas pelo Twitter do Ministério
Público Federal em Minas Gerais. A leitura da sentença começou por volta das
22h30.
Durante a tarde, defesa e acusação debateram por horas
antes de o juri tomar uma decisão. O procurador da República responsável pelo
caso, Gustavo Torres, disse que a Chacina de Unaí foi um "crime de
pistolagem", e que esse tipo de episódio não deve ser aceito no país.
Após a leitura da sentença, pessoas que acompanhavam o
julgamento no tribunal gritaram o nome das vítimas e a frase “justiça ainda que
tardia”, relembrando a demora para a solução do crime que aconteceu há quase 12
anos.
Os assassinatos aconteceram no dia 28 de janeiro de 2004,
quando os auditores fiscais do Trabalho Eratóstenes de Almeida Gonsalves, João
Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, e o motorista Ailton Pereira de
Oliveira, foram executados a tiros, enquanto se preparavam para uma
fiscalização de rotina em fazendas de feijão da zona rural do município de
Unaí, em Minas Gerais.
O ex-prefeito de Unaí Antério Mânica, irmão de Norberto e
também acusado de ser mandante do crime, está com julgamento marcado para o dia
4 de novembro. O empresário Hugo Alves Pimenta, acusado de ser o intermediário
entre pistoleiros e mandantes, deverá ser julgado no dia 10 de novembro.