André
Richter - Repórter da Agência Brasil
O Ministério Público da Suíça enviou nesta semana ao Brasil
documentos que mostram a origem do dinheiro encontrado nas contas atribuídas ao
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. De acordo com os
investigadores da Operação Lava Jato, os valores, que não foram divulgados,
podem ser fruto do recebimento de propina em um contrato da Petrobras na compra
de um campo de Petroleo em Benin, na África, avaliado em mais de US$ 34
milhões.
Os dados constam no relatório no qual o órgão de investigação
suíço confirmou à Procuradoria-Geral da República (PGR) que as contas
encontradas em um banco daquele país estão em nome de Cunha. O documento relata
que parte do dinheiro foi usado para pagar contas pessoais da mulher do
presidente, Claudia Cruz, uma das beneficiárias das contas.
O relatório mostra que cartões de credito, aulas de tênis e
uma escola de ensino médio na Inglaterra foram pagos com recursos oriundos das
contas. Com base nos dados financeiros, a PGR avalia se vai denunciar Eduardo Cunha
ao STF pela segunda vez na Operação Lava Jato. No mês passado, Cunha foi
denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por ser acusado
por um dos delatores das investigações de receber US$ 5 milhões em propinas em
um contrato da Petrobras para compra de navios-sonda.
Após a divulgação do relatório, Cunha reafirmou que não vai
comentar o conteúdo antes de obter acesso à investigação. Mais cedo, o
presidente divulgou nota na qual declara que não tem contas no
exterior.
“O presidente [da Câmara, Eduardo Cunha] desconhece o teor
dos fatos veiculados e não tecerá comentários sem ter acesso ao conteúdo real
do que vem sendo divulgado. Assim que tiver ciência, por meio de seus
advogados, o presidente se manifestará”, diz a nota.
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