Partido inicia campanha para incentivar a população
a pressionar Conselho de Ética a dar celeridade ao processo de cassação
Foto: Liderança do PSOL
A bancada
do PSOL declarou repúdio a qualquer tipo de acordão para salvar o deputado
Eduardo Cunha do processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara. Em
entrevista coletiva à imprensa na tarde desta quinta-feira (15), os deputados
também anunciaram uma campanha pelas redes sociais e via telefone para
pressionar o Conselho a dar celeridade às investigações.
O pedido de
abertura de processo de cassação contra Eduardo Cunha foi protocolado na
terça-feira (13), pelo PSOL e Rede. Entre as acusações, as contas não
declaradas na Suíça e a denúncia da Procuradoria Geral da República por
envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.
Os rumores
sobre um possível acordão estão nos corredores da Câmara, foram divulgados pela
imprensa e envolveriam Cunha e seus aliados e o governo federal. De um lado, se
aumentaria a blindagem ao presidente da Casa, tanto na CPI da Petrobras como no
Conselho de Ética, e do outro não seria iniciado processo de impeachment da
presidente Dilma Roussef.
Fonte: Liderança do PSOL na Câmara
Fonte: Liderança do PSOL na Câmara
"É
inaceitável acordos de bastidores tanto para impedir o andamento de uma
representação legal quanto para pedido de impeachment. Nós não nos fixaremos em
insinuações e repudiamos qualquer tipo de acordo para beneficiar ou proteger um
ou outro", afirmou o líder do PSOL, deputado Chico Alencar (RJ).
De acordo
com o líder, foram nomeados para suplência no Conselho de Ética dois escudeiros
de Cunha: Carlos Marun (MS) e Manoel Júnior (PB) – o que representaria mais um
sinal para evitar o bom andamento do processo. "Devemos nos primar pela
transparência, agilidade e intocabilidade da representação", destacou.
O deputado
Ivan Valente (SP), membro da CPI da Petrobras, disse que há um forte movimento,
com ordem direta de Cunha, para que a Comissão seja enterrada. Desde o dia 1º
de outubro requerimento para prorrogação da CPI, com apoiamento de 14
deputados, está pronto para ser votado no plenário – mas como a inclusão na
pauta do plenário depende da decisão de Cunha, isto ainda não aconteceu.
"Cunha
foi depor em março e mentiu, disse que voltaria àquela Comissão, mas não o faz.
E prevalece uma fiel e preocupante blindagem a ele. Quem ajudar a salvar Cunha
vai acabar afundando junto", declarou Ivan Valente. "É insustentável
a posição de Cunha, que não merece estar na Presidência da Casa, nem exercer um
mandato parlamentar", afirmou.
Para o
deputado Glauber Braga (RJ), há indícios fortíssimos do que está sendo operado,
um acordão. "A nota de alguns partidos divulgada no último final de semana
é uma farsa. Os líderes e representantes de partidos disseram publicamente,
para dar um sinal à opinião pública, que defendiam o afastamento de Cunha, mas
são eles mesmos que estão gerando o cinturão de proteção", declarou.
"E não se manifestaram nem na reunião de líderes, nem no plenário até
agora", completou Glauber Braga.
Campanha
Com o
objetivo de pressionar os membros do Conselho de Ética para que deem celeridade
ao processo de quebra de decoro parlamentar contra Eduardo Cunha, o PSOL inicia
uma campanha popular pelas redes sociais e via telefone.
Serão
publicizados nomes e e-mails dos 21 membros titulares e suplentes do Conselho
de Ética. Também será difundido o telefone da Ouvidoria da Câmara – 0800 619
619 – para que a população deixe seu recado e pressione, efetivamente, o
Conselho de Ética e Decoro Parlamentar a dar andamento célere ao processo por
quebra de decoro contra Eduardo Cunha.
Para o
deputado Jean Wyllys (RJ), a opinião pública tem o poder de exercer essa
pressão. "Cada cidadão deve ficar atento em como está agindo o seu
deputado. Assim esperamos que o Conselho haja com o decoro que lhe é
devido".
Segundo
Chico Alencar é preciso evitar que "tudo vire uma pizza só, de sabor
duvidoso e inescrupuloso. A luz do sol é o melhor desinfetante".
Fonte: Liderança
do PSOL na Câmara