Quarta, 9 de dezembro de 2015
Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil
Deputados do PSOL e da Rede entregaram hoje (9) à
vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, pedido de afastamento
cautelar do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do cargo. “A
Procuradoria-Geral da República tem prerrogativa de encaminhar o
procedimento ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os fatos têm sido
recorrentes”, afirmou o líder do PSOL, deputado Chico Alencar (RJ).
O
parlamentar voltou a afirmar que Cunha tem usado o cargo para se
proteger de um processo de cassação em andamento no Conselho de Ética.
Pela sexta vez, o colegiado tentará votar o parecer do relator Fausto
Pinato (PRB-SP), que defende a continuação das investigações.
Com
um mandado de segurança, Eduardo Cunha tentou substituir o relator,
alegando que Pinato é do mesmo bloco partidário do representado e isto,
segundo o Regimento Interno da Casa, não é permitido.
Numa
decisão proferida ontem (8), o ministro Luís Roberto Barroso, do STF,
negou o pedido por não se tratar de questão constitucional.
“Os fatos de ontem [com a eleição da chapa 2 para compor a comissão especial que vai analisar o processo de impeachment
da presidenta Dilma Rousseff] pareciam ser o limite, mas já temos
informação de que hoje, em função da negativa do Supremo de afastamento
do relator, eles recorreriam à Mesa Diretora da Casa presidida por Cunha
para afastar o relator. As manobras não têm limites”, afirmou.
Segundo
Alencar, Ella Wiecko sinalizou que pode se posicionar até o início do
recesso do Poder Judiciário, o que pode indicar uma resposta até a
próxima semana.