Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Gim, o gato: Não foi por falta de aviso

Quarta, 13 de abril de 2016
Lembrei agora de alguns lances das eleições de 2006 para o Senado, aqui no DF.

O PDT do Distrito Federal tinha como candidato a senador Ezequiel Nascimento que, por conhecimento de coisas que não sabíamos, ou por premonição, ou ainda por dedução, espezinhou o candidato a suplente na chapa de Joaquim Roriz.

O suplente do Senador da Bezerra de Ouro —Roriz— era o cidadão (???) que neste momento se encontra atrás das grades na República de Curitiba, o ex-senador Gim Argello (ops! Gim, não. Jorge Afonso, como exigiu ser chamado e referenciado em qualquer documento do Senado. Não adianta procurar pelo nome de Gim senador. Não vai achar nos anais do Senado da República (que República!!!)

No programa eleitoral de Ezequiel Nascimento um miado repetido diariamente e exaustivamente e que, na época, chegou a fazer algum sucesso. Além da exposição de uma garrafa de Gim, sempre alertava que o voto em Roriz poderia mais adiante fazer com que o Gato —o Gim— assumisse a senatoria. E terminava mais ou menos assim: Cuidaaaadoooo com o gato!!

O eleitor de Brasília não ouviu os apelos e as denúncias do candidato do PDT. Roriz foi eleito. Mais adiante, como cantada (ou miada?) a pedra por Ezequiel, o coronel de Luziânia foi bombardeado com denúncias de corrupção por todos os lados. Para não ser cassado, pulou fora, renunciou. E sabe quem assumiu? O Gato!!

E o Gato subiu nos muros da política e soube fazer a sua cama. Foi até vice-líder do governo petista, se enfronhou com os velhos e carcomidos caciques, animais de outra espécie, a esperta raposa, da política do Brasil. Chegou a ser companheiro de caminhada diária de Dilma Roussef, a ainda chefe da Casa Civil do governo Lula. Aprendeu muita coisa com eles e ensinou, certamente, algum pulo do gato.

Pulou tanto que acabou perdendo a reeleição para senador e, aí o drama. Ficou igual (ou quase igual) às pessoas comuns. Isso pelo menos no que se refere ao foro privilegiado. Foro especial nenhum. Justiça de primeira instância, MPF e PF fungando no cangote do gato. Fungaram, fungaram, fungaram e sentiram fedor.

Daí para o MPF, PF e Justiça, cruzarem colaborações premiadas com documentos e rastros outros, só não foi mais rápido do que um porre de gim.

E aí...MIAAAAUUU!!! Prenderam o gato. Preventivamente, ou seja, sem tempo definido. Que vai ter um monte de advogado defensor do animal, melhor, do gato, vai. Enquanto não se consiga um habeas corpus felino, o gato vai ter que continuar miando no Paraná.

O temor de muitos políticos, e não só da política paroquial (uhmmm!! Paroquial? Saiu sem querer querendo) de Brasília, mas também do Brasil, é se o gato resolver miar diferente. Miar acusando parceiros de terríveis caçadas na vida política (que merda de vida!!!).

Se o gato tiver mesmo culpa no cartório, se com as unhas puxou brasa para a sua sardinha, ou se comeu peixe frito sem pescar, e somente se tiver culpa, que curta um bom tempo de gaiola.

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