Segunda, 17 de outubro de 2016
Do MPDF
Operação Drácon: Ministério Público cumpre novos mandados de condução coercitiva e de busca e apreensão
O Ministério Público do DF e
Territórios (MPDFT) deflagrou, nesta segunda-feira, 17 de outubro, a
terceira fase da Operação Drácon, que investiga esquema criminoso de
pagamento de propina na destinação e liberação de sobras orçamentárias
da Câmara Legislativa do DF (CLDF). Foram cumpridos dois mandados de
condução coercitiva contra Sandro de Vieira Morais, ex-assessor da
deputada distrital Celina Leão, e Alexandre Braga Cerqueira, assessor do
deputado distrital Bispo Renato, além de mandados de busca e apreensão.
Após análise de imagens das câmeras de
segurança, pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil do DF,
apreendidas na primeira fase da Operação Drácon, ficou comprovado que os
dois servidores da CLDF retiraram caixas de documentos e equipamentos
no mesmo andar onde funcionam os gabinetes da Mesa Diretora. Os fatos
teriam ocorrido dias antes da deflagração da Operação Drácon e em
horários em que o local está fechado: Alexandre Braga em 20/8, um
sábado, às 9h; e Sandro Morais em 22/8, segunda-feira, às 6h. A Operação
foi deflagrada em 23/8.
Operação em números
Nesta terceira fase, o Ministério
Público contou com apoio da Polícia Militar do DF. Participaram da ação 8
promotores de Justiça, 2
analistas processuais, 4 técnicos administrativos, 2 técnicos em Tecnologia da Informação, 7 técnicos de segurança e 2 servidores do apoio administrativo do MPDFT; além de 18 policiais militares. Foram utilizados 13 veículos oficiais.
“As investigações estão em curso. Há
muito material ainda para ser analisado, inclusive essa terceira fase
foi possível em decorrência do que foi recolhido na primeira fase da
Operação. Foram analisados oito terabytes de imagens para chegar às
informações que permitiram as ações de hoje”, explicou o promotor de
Justiça Clayton Germano, durante coletiva de imprensa realizada na manhã
desta segunda.
Ele acrescentou que Alexandre Cerqueira
foi ouvido na parte da manhã pelo Ministério Público e já foi liberado.
Já Sandro Morais foi localizado e será ouvido ainda neste segunda-feira
(17/10). As buscas ainda continuam. O Ministério Público pediu a prisão
de Cerqueira, mas a Justiça indeferiu.
“As imagens da câmera de segurança da
CLDF demonstraram que materiais foram retirados do local. Os dois
investigados saíram com caixas de documentos. Alexandre Cerqueira também
retirou uma bolsa do local, que parecia de notebook, mas é preciso
confirmar. No depoimento, ele afirmou que tudo o que foi retirado era
pessoal. Precisamos verificar essas informações”, completou Germano.
Manutenção do afastamento
Apesar de a segurança da CLDF ter negado
a subtração de provas, as imagens comprovam que documentos foram
retirados do local. Diante desses fatos, o MPDFT reforça a necessidade
de a Justiça manter a Mesa Diretora da CLDF afastada para não atrapalhar
as investigações. O próximo passo é descobrir o que foi retirado da
CLDF e quem seriam os responsáveis.