Segunda, 17 de outubro de 2016
Do SindMédico
O calote foi consumado. Desta vez, com a desculpa de que “a
frustração de receitas impediu a concessão dos reajustes” – sim, é o
mesmo discurso de 2015. E a novela não para por aí. Não há qualquer
previsão de quando o governador Rodrigo Rollemberg vai quitar a dívida
com as 32 categorias de servidores do Distrito Federal.
O governador Rodrigo Rollemberg, mais uma vez, não teve coragem de
encarar os líderes sindicais para assumir suas atitudes.
O cargo lhe
permite substituir a hombridade pela coletiva de imprensa. Na avaliação
do presidente do Sindicato dos Médicos (SindMédico-DF), Gutemberg
Fialho, a postura do governador reafirma sua falta de compromisso com a
população do Distrito Federal. “Ele não está dando nem o reajuste da
inflação aos servidores públicos, que é constitucional e obrigatório.
Está no texto da Constituição”, lembra o sindicalista, que critica
também a perspectiva de aumento de impostos.
Arrocho salarial com aumento de impostos, para Gutemberg, mostra o
quanto é atrasado o governo Rollemberg. “É a derrama dos dias atuais”,
afirma Gutemberg, referindo-se às práticas de confisco adotadas pela
Coroa Portuguesa contra os que não conseguiam pagar o “quinto” da
produção de ouro em Minas Gerais, no período colonial.
Prestação de contas em PowerPoint
Na reunião para qual os representantes dos servidores, o governo
Rollemberg demonstrou toda a sua competência administrativa: em uma
apresentação de slides de PowerPoint, o secretário de Fazenda, João
Antônio Fleury, fez uma demonstração das contas públicas. Mesmo com a
competência revelada na confecção de gráficos e tabelas, os cofres
públicos do DF deixaram de receber mais de R$ 800 milhões, revelou
Fleury. A justificativa para a demora no anúncio do calote foi “a busca
de saídas para solucionar o problema”.
Como os demais sindicatos, o SindMédico-DF reunirá os filiados para
definir uma postura em relação ao governo, ações imediatas e futuras. A
Assembleia Geral Extraordinária da categoria foi marcada para o dia 24,
às 19h30.
O governo Rollemberg pressiona os servidores e a população como o
Império Português oprimia os colonizados. A revolta iniciada na
Inconfidência Mineira cresceu e culminou no movimento pela
independência.