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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Gama unido contra o projeto de lei que destrói o Parque Urbano e Vivencial; o PL 1252/2016 é de iniciativa do governador Rollemberg

Segunda, 3 de setembro de 2016
Pôr do sol no Parque Urbano e Vivencial do Gama. Foto de Joaquim Dantas, do Blog do Arretadinho. Clique na imagem para ampliá-la e ver quanto é belo o pôr do sol no Parque. E ainda tem governante que tenta destruir esse cenário.

Apresentado neste segundo semestre pelo governador Rodrigo Rollemberg, o Projeto de Lei 1252 de 2016 propõe que os deputados distritais aprovem a transferência de muitas áreas pertencentes à Terracap para o GDF. Isso para que as áreas sejam repassadas logo depois pelo governo para o Iprev, o Instituto de Previdência dos Servidores do DF, como pagamento da grana que o governo Rollemberg tomou do instituto no final do ano passado para pagar dívidas.

O Parque Urbano e Vivencial do Gama, esquecido e abandonado pelos governos do DF, que não o implantaram como deveriam fazê-lo —e como merece a população da cidade—, hoje tem boa parte de sua área invadida por templos, outras entidades, e pessoas. Mas agora, com essa coisa horrorosa, que é o PL 1252/2016, o governo Rollemberg tenta dar o tiro de misericórdia, assassinando o parque. Destruindo-o, entregando-o ao Iprev que, certamente mais adiante, e logo, vai entregá-lo aos especuladores imobiliários, aos grandes construtores para que transforme um parque urbano e ecológico, patrimônio da sociedade do Gama, num loteamento que, certamente,  servirá somente para enriquecer ainda mais tais especuladores.

O abandono que o Parque sofre pelo Estado até parece proposital, para manter aquela área como reserva de mercado para grandes empreiteiras e construtoras. Verdade que foram feitas algumas poucas obras no local. Um campo de futebol sintético —cujo contrato se aproximava de um milhão de reais—, e que até hoje nenhuma vantagem trouxe à população, vez que, pasmem, ainda não foi colocado à disposição para uso. Representando literalmente dinheiro do contribuinte sendo jogado pelo ladrão (sem segundas intenções, sem segundas intenções). Um outro campo está sendo construído. Uma ciclovia foi implantada, mas como o parque se encontra abandonado ela é subutilizada. O prédio daquilo que seria a portaria principal permanece há tempos inconcluso. As grades que cercam o parque em muitos trechos já não existem. 

Pôr do sol no Parque Urbano e Vivencial do Gama. Foto de Joaquim Dantas, do Blog do Arretadinho. Clique na imagem para ampliá-la e ver quanto é belo o pôr do sol no Parque.

Sem qualquer fiscalização eficaz, o parque sofre com o lixo e o entulho. Coisa, por sinal, fácil de coibir. Mas parece, também, que o lixo, o abandono, as grades quebradas, os incêndios que acontecem (criminosos ou não, mas que normalmente não são combatidos), fazem parte de um plano maior de desmoralização daquela área tão querida e necessária à população. E o pior, tem gente — verdade que são alguns gatos pingados— que tentam até justificar que o parque deve deixar de existir. Acham esses gatos pingados, e põe pingados nisso, que se há lixo, se alguns moradores de rua aparecem por lá, e se até possivelmente aqui e acolá se faz uso de alguma droga ilícita, estaria justificada a ideia de se eliminar o Parque Urbano do Gama. Ou se reduzir toda aquela área de cerca de 59 hectares num mixuruca parquinho de pracinha. E mais, cercado de prédios que seriam ali construido se esse nefasto PL 1252/2016, de iniciativa do governador, for aprovado .

Ora, tolos argumentos dessa meia dúzia de gatos pingados! Se há o lixo, se há o entulho, se pedaços de grades foram derrubadas aqui e acolá, se eventualmente há o consumo de alguma droga ilícita, a responsabilidade é do governo.

Aliás, se for pela presença de lixo, e de algum uso de drogas ilícitas (o álcool, droga lícita, é liberado a rodo em quase todos os cantos e salões do DF e do Brasil. Quanto às drogas ilícitas, não falo) estaria legitimada a destruição das principais praças deste país. No Parque, certamente há menos uso de drogas ilícitas que em algumas das principais praças de Brasília, inclusive do chamado Plano Piloto. Ou de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Salvador, Recife etc. E nem por isso se pode justificar a eliminação dessas praças.

Bem, mas o que mais importa é que cresce a cada dia o movimento contrário a inclusão, feita por Rollemberg, da área do Parque Urbano e Vivencial do Gama no famigerado PL da destruição, o de número 1252/2016.

A comunidade acordou, já se encontra de olho arregalado com o regalo que o PL 1252/2016, se aprovado, proporcionará aos grandes “empreendedores” imobiliários.

Já se cogita e se organiza no Forum Comunitário do Gama (FComGama) e em outras importantes entidades sociais da cidade, atos públicos para denunciar a pretendida destruição do Parque Urbano. Não só à população do Gama tomará mais conhecimento da maldade que o governador tenta na CLDF. Todo o DF também ficará sabendo.

Paralelamente  a esse tipo de ação, a estratégia é também esclarecer aos deputados distritais que a destruição do nosso Parque é um absurdo, e que por isso tal ignomínia não deve prosperar no processo legislativo da CLDF.

Neste ponto já foram contatados, e com sucesso, os primeiros distritais. Logo após estourar para a sociedade do Gama que o governo do DF propôs num projeto de lei uma coisa que viria logo a seguir destruir o nosso Parque, o trabalho de esclarecimento teve início.

Veja a seguir o posicionamento público, nesta semana que passou, de dois dos deputados distritais que já se comprometeram a, na CLDF, lutar pela exclusão da área do Parque Urbano e Vivencial do Gama dos imóveis a serem repassados ao Iprev. Outros deputados já se comprometeram com a implantação do parque e irão honrar também seus compromissos com o meio ambiente e a comunidade da cidade.

Leia a seguir nota divulgada na semana passada pelo distrital Wasny de Roure (PT):

     A única área dentro do Gama que pode servir de parque para a comunidade está ameaçada. É que, pelo Projeto de Lei (PL 1252), que autoriza a Terracap a doar imóveis ao GDF, que serão repassados ao IPREV (Instituto de Previdência dos Servidores do DF), está a área destinada ao Parque Urbano e Vivencial do Gama.

     De acordo com a Terracap o projeto de loteamento da área foi revogado pelo decreto 8577/85 e no PDL (LC 728/2006) a destinação da área seria para implantação do Parque Urbano e Vivencial do Gama, ou seja; a área precisaria ser desafetada.
 
         Para o deputado Wasny de Roure, líder do PT na CLDF, este projeto fere o princípio da supremacia do interesse público e por isso vai pedir a supressão do Parque da relação de imóveis dados em contrapartida. “Há uma total desarticulação entre os órgãos do governo. O resultado disso, é o envio de um projeto desrespeitoso para com o povo do DF, pois esse parque já é uma realidade, lá foram construídos, campos de futebol, ciclovias, estacionamentos, entre outras benfeitorias”, destaca o parlamentar.

Adiante, vídeo gravado no Gama, também na semana passada, com o deputado Ricardo Vale (PT). O contato com o distrital foi feito por Márcio Carneiro, em missão  do  FComGama (Forum Comunitário do Gama)


Saiba mais sobre o Projeto de Lei do Executivo que pretende destruir o Parque Urbano e Vivencial do Gama. Para isso acesse o link a seguir: