Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 2 de setembro de 2014

“É possível chegar ao poder com princípios e convicções”, diz Luciana Genro em entrevista à rádio CBN; “Defendo a família, todo tipo de família”, afirma em entrevista ao G1

Terça, 2 de agosto de 2014

Por Redação #Equipe50
Crédito: Divulgação PSOL
Crédito: Divulgação PSOL
Em entrevista ao portal de notícias G1 na manhã desta terça-feira (2), a candidata do PSOL à Presidência da República, Luciana Genro, reafirmou seu compromisso com a defesa dos direitos humanos e da igualdade. “Sou a favor da família, por isso defendo a possibilidade do casamento civil igualitário. A defesa dos direitos LGBTs é uma defesa da família, de todas as famílias”, disse Luciana respondendo ao questionamento de uma internauta sobre as propostas da candidata do PSOL serem contra a família e os bons costumes.

Ainda sobre a ampliação dos direitos da população LGBT, Luciana defendeu que o tema da diversidade sexual seja debatido nas escolas afim de se erradicar o preconceito. “Eu incluiria na grade curricular o debate sobre respeito à orientação sexual e identidade de gênero. No caso dos direitos LGBTs, não se pode aceitar discriminação, desigualdade e meios direitos. Os nossos jovens precisam ter informação e a ideia é que a educação sexual seja absolutamente democrática, no sentido de respeitar todas as opiniões e valores”, afirmou.

Questionada por um internauta sobre como pretende governar sem apoio no Congresso – hoje o PSOL tem um senador e três deputados federais, Luciana disse que seu governo se apoiará na pressão popular. Segundo ela, os políticos têm dificuldades no Congresso porque enviam propostas que não são de interesse da população, por isso não têm apoio popular. “Como os governos querem aprovar medidas contrárias aos interesses do povo, precisam recorrer a esse balcão de negócios no Congresso, como foi o mensalão e com o Fernando Henrique comprando votos para reeleição. Como governarei para o povo, terei o apoio popular. E faz muita diferença quando há pressão popular, seja como nas manifestações de junho, seja simplesmente enchendo as galerias do Congresso”, disse.
Crédito: Divulgação PSOL
Crédito: Divulgação PSOL
Ao ser perguntada sobre os programas sociais do governo Dilma, como o Bolsa Família, Luciana reconheceu a utilidade de alguns, mas pontuou que eles são apenas paliativos e que não vão à raiz do problema. “Sou a favor de políticas de assistência social, como Bolsa Família e o Prouni. Só que não queremos que sejam as grandes políticas do governo. Essas são políticas paliativas. Precisamos também fazer as mudanças estruturais para permitir aos estudantes que tenham acesso às universidades públicas. Em relação ao Bolsa Família, as pessoas precisam ter oportunidade de trabalhar. Mas concordo que essas políticas precisam continuar enquanto esses problemas não forem resolvidos”, declarou Luciana.

Um internauta perguntou se, ao ser microempresário, ele teria motivos para votar em Luciana Genro. “Claro que sim, respondeu a candidata, que continuou “tu sabes muito bem das dificuldades que tu enfrenta no nosso sistema tributário. O BNDES, ao invés de apoiar pequenos empresários, tem concentrado recursos para apoiar grandes empresas. Os pequenos empresários, como tu, têm sido vítima de um modelo econômico que é extremamente concentrador e não dá chance. Vocês ficam nesse meio, prensados por uma carga tributária injusta e uma política monopolista e concentradora”, concluiu a presidenciável.

A candidata do PSOL também voltou a defender a tarifa zero. “A partir da revolução na estrutura tributária, aumentando tributo sobre os milionários, poderíamos ter mais recursos para investir em transporte público de qualidade. Nossa proposta é buscar um sistema de transporte com tarifa zero para todos. O problema da mobilidade urbana é uma tragédia nacional. A passagem é cara e o transporte é ruim”, disse Luciana.
---------------------------------
Clique aqui e assista a entrevista.
================

“É possível chegar ao poder com princípios e convicções”, diz Luciana Genro em entrevista à rádio CBN

Por Redação #Equipe50
Crédito: Divulgação PSOL
Crédito: Divulgação PSOL
A candidata do PSOL à Presidência da República, Luciana Genro, foi entrevistada na manhã desta terça-feira (2) pelo Jornal da CBN, nos estúdios em São Paulo. Quando questionada se tanto ela quanto o PSOL não deveriam tornar o discurso mais moderado e dar uma guinada ao centro, como fez o PT para se tornar mais viável e chegar ao poder, Luciana foi direta. “Se nós quiséssemos reproduzir as mesmas práticas que o PT, não teríamos saído do PT. Se eu quisesse, teria ficado por lá e teria uma ‘carreira’ garantida, mas eu não quero chegar ao poder abrindo mão das minhas lutas, porque daí eu seria apenas mais uma lá.” Segundo a presidenciável do PSOL, pode ser que neste momento ainda não seja possível ser eleita, mas reafirmou que o modelo que defende é viável. “A consciência do povo e o desenvolvimento da correlação de forças entre as classes torna possível uma mudança estrutural no país. Eu acredito que nada deve parecer impossível de mudar. As mudanças são necessárias, e quando elas correspondem a uma necessidade do povo, em algum momento irão se transformar em realidade”, concluiu Luciana.

Sobre o fato de estar atrás nas pesquisas, a candidata gaúcha responsabiliza as injustas ‘regras do jogo’. “O discurso do PSOL é um discurso dissonante do discurso hegemônico da grande mídia e dos partidos que defendem o sistema como está. Nós não temos o mesmo espaço que têm os que fazem o discurso hegemônico. Temos 51 segundos na TV, enquanto Dilma tem 11 minutos. O PSOL tem um orçamento de campanha de R$ 900 mil, e nem sei se vou conseguir arrecadar tudo isso, enquanto os demais têm orçamentos na casa dos bilhões. Essas regras do jogo reproduzem o status quo”, disse Luciana. O estatuto do PSOL proíbe financiamento de bancos, empreiteiras e multinacionais.

Segundo Luciana Genro, o fato de não ter uma pontuação elevada nas pesquisas não significa que uma grande parte do povo não apoie suas ideias. “Muitos que nos escutam concordam e nos apoiam, mas pensam, pelas pesquisas, que nós não temos chances de ganhar e que votando na gente vão ‘jogar o voto fora’. As pesquisas eleitorais induzem ao voto. Tanto é que alguns países, mais democráticos, proíbem pesquisas até 15 dias antes das eleições”, pontua. A candidata ainda chamou os eleitores a votarem no primeiro turno de acordo com seus ideais. “As pessoa têm condições de votar na melhor candidatura no primeiro turno, daí no segundo turno escolhem o menos pior. Jogar o voto fora é votar num candidato que pode ganhar e que vai te decepcionar”, disse Luciana se referindo ao chamado ‘voto útil’.

Para tornar as próximas eleições mais democráticas, Luciana defende urgentemente uma reforma no sistema eleitoral. A candidata, inclusive, chamou a atenção para o plebiscito pela reforma política, que está ocorrendo em todo o país até o próximo dia 7. “Defendemos o fim do financiamento privado das campanhas, pois sabemos que quem paga a banda é quem muitas vezes escolhe a música. Os grandes grupos econômicos não dão dinheiro de graça. Além disso, a nossa proposta prevê que o tempo de TV só contabilize o tempo do cabeça de chapa e não de toda a coligação. Isso diminuiria a desigualdade na disputa e eliminaria esses partidos nanicos morais, que não têm ideologia, e que acabam se vendendo na época das eleições”, afirmou Luciana.

Economia

O jornalista Milton Jung quis saber o que Luciana faria com respeito à crise nas montadoras, que estão cortando salários e suspendendo os contratos dos trabalhadores. “Minha medida imediata seria chamar a responsabilidade das montadoras, que ganharam incentivos fiscais durante muitos anos e lucraram demais, e na medida em que a lei me permita, irei impedir que as montadoras de automóveis demitam seus trabalhadores. O Brasil tem sido o país onde essas empresas mais lucram. Elas não conseguem ter, nas suas filiais americanas, o mesmo lucro. Meu papel como governante não vai ser defender os interesses do capital, vai ser defender os interesses dos trabalhadores. O capitalista sempre quer tirar o máximo do trabalhador. Ele sobrevive extraindo a mais-valia do trabalhador. Sou contra esse sistema. Meu partido não é socialista só no nome. Temos que enfrentar esses interesses”, afirmou a candidata.