Fonte: Diário do Poder
Samuel Pessoa afirmou que a piora da qualidade de vida vem desde 2013 e queda no índice de Gini não seria pontual
Rio - Economista da Fundação Getúlio Vargas
(FGV) e responsável pela agenda econômica do candidato à presidência
Aécio Neves (PSDB), Samuel Pessoa avalia que a tendência é a
desigualdade piorar. Ao contrário do que afirmou o ministro da
Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Marcelo Neri, ele não
acredita que a piora do Índice de Gini, que mede a desigualdade social,
seja pontual. Em sua opinião, a piora da qualidade de vida dos
brasileiros é uma realidade desde 2013, como demonstrou a Pesquisa
Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad) divulgada na quinta-feira,
18, e deve se estender pelos anos seguintes.
O Índice de Gini passou de 0,496 para 0,498, de 2012 para 2013,
segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Quanto
mais próximo de 1 ponto maior a desigualdade social. A opinião de
Pessoa é de que o Brasil, na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, conseguiu reverter a desigualdade em função de melhoras na
economia decorrentes de ganhos de produtividade no setor de serviços.
Porém, em sua opinião, o governo de Dilma Rousseff foi marcado por
uma política econômica de bases ideológicas que comprometeram a
continuidade do crescimento. Ele elencou uma dezena de pontos negativos
do governo Dilma, mas destacou a intervenção do Estado na economia, por
meio das estatais.
Ainda assim, Pessoa não acredita que a divulgação, ontem, de uma
piora da desigualdade irá influenciar as eleições. O economista acredita
que a população já assimilou a mudança do clima econômica do País e,
por isso, não deverá dar importância ao dado, que diz respeito ao
passado, segundo Pessoa. (Fernanda Nunes/Agência Estado)