Terça, 30 de setembro de 2014
Do Jornal do Brasil
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil
no Distrito Federal (OAB-DF), Ibaneis Rocha, se manifestou contrário ao
pedido de registro do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF)
Joaquim Barbosa para exercer a advocacia. Para Rocha, Barbosa feriu o requisito da idoneidade moral na forma com que tratou os advogados durante seu mandato no STF.
Ibaneis Rocha tomou a iniciativa como advogado, e não na qualidade
de presidente da OAB-DF. Uma comissão de seleção vai decidir se concede
ou não o registro. Se for barrado, Barbosa poderá inclusive recorrer ao
Judiciário.
Barbosa deixou o Supremo neste ano, ao
antecipar sua aposentadoria. Ele entrou com pedido para reativar sua
carteira no último dia 19.
Como argumento para a impugnação do
registro, Ibaneis usou diferentes episódios que originaram protestos de
advogados contra Barbosa. O mais recente foi um desagravo público que a
OAB-DF fez ao advogado José Gerardo Grossi, que ofereceu trabalho ao
ex-ministro José Dirceu, preso após o julgamento do mensalão. Barbosa
considerou a oferta uma “ação entre amigos”.
Em 2006, a ordem
também fez um desagravo ao ex-ministro do STF Maurício Corrêa, que na
época exercia a advocacia. Barbosa disse, na época, que o profissional
estaria fazendo tráfico de influência na Corte.
O parecer de Rocha
também cita outros episódios, como o da expulsão do advogado Luiz
Fernando Pacheco, que foi expulso do plenário por decisão de Barbosa
quando tentou apresentar uma questão de ordem sobre o mensalão em um
julgamento sem relação com o escândalo.
Em sua conta de Twitter,
Joaquim Barbosa apenas afirmou nesta tarde ter registrado suas digitais
para a nova carteira da OAB. “Ontem, 29/9, às 15h, apus minhas
impressões digitais ao pedido de reinscrição na OAB-DF. A original
datava de março de 1980”, escreveu.