Quinta, 11 de setembro
de 2014
Da Agência Brasil com informações da Da Agência Lusa
Israel
provavelmente cometeu crimes de guerra no conflito na Faixa de Gaza, disse hoje
(11) a organização não governamental Human Rights Watch, um dia depois do
Exército israelense anunciar a abertura de investigações criminais internas
sobre ações envolvendo suas forças militares.
O
conflito de 50 dias em Gaza entre os militantes liderados pelo Hamas terminou
no dia 26 de agosto, após terem sido mortos 2.140 palestinos, a maioria civis,
e 73 israelenses, 67 dos quais soldados.
Em
comunicado, a organização de defesa dos direitos humanos com sede em Nova York
diz que Israel causou a morte de “inúmeros civis em violação das leis da
guerra” em três casos examinados.
Os
incidentes foram os bombardeiosde 24 e 30 de julhocontra duas escolas das Nações Unidas no Norte da Faixa de Gaza, que
abrigavam palestinos que fugiram dos confrontos. O terceiro refere-se ao
disparo de um míssil, no dia 3 de agosto, contra uma terceira
escola em Rafah, no sul. Os ataques provocaram 45 mortes, incluindo
de 17 crianças, de acordo com a Human Rights Watch.
“Dois
dos três ataques que a Human Rights Watch investigou aparentemente não visaram
alvos militares e não foram mais do que ataques ilegalmente indiscriminados. O
terceiro, em Rafah, foi ilegalmente desproporcional senão indiscriminado”,
informa o comunicado.
“Esses
ataques ilegais praticados intencionalmente – ou seja, de forma deliberada ou
impetuosa – são crimes de guerra”, ressaltou a organização.
O
Exército israelense anunciou nessa quarta-feira (10) ter aberto investigações
criminais internas para cinco incidentes ocorridos durante o conflito (de 8 de
julho a 26 agosto), incluindo o bombardeio de 24 de julho, contra uma escola da
ONU no Norte do enclave palestino.
"Israel
tem um longo histórico de fracassar em concluir investigações confiáveis a
alegados crimes de guerra”, enfatizou a Human Rights Watch.
Os
palestinos ameaçaram apresentar queixa contra Israel no Tribunal Penal
Internacional por crimes de guerra.