Sexta, 12 de setembro de 2014
Na noite desta quinta-feira (11), a candidata do PSOL à Presidência da
República, Luciana Genro, foi sabatinada por eleitores em um hangout
(bate-papo) transmitido ao vivo pela internet. Em quase uma hora e meia
de conversa, a presidenciável respondeu perguntas enviadas por e-mail e
pelo Twitter. O primeiro #FalaLuciana da campanha eleitoral chegou a ter
mais de 1 mil espectadores simultâneos e ocupou o quarto lugar dos
Trending Topics nacionais do Twitter.
Segundo Luciana, os grandes doadores de campanha cobram, depois da eleição, uma política econômica favorável aos seus interesses. Por isso, lembra ela, o PSOL tem, no seu estatuto, a proibição do recebimento de doações de empreiteiras, bancos e multinacionais: para romper com essa política de troca de favores. Esse é, também, o motivo pelo qual o seu programa é contra a autonomia do Banco Central, proposta por Marina, e contra a autonomia informal que já existe nos governos do PT, quando a política econômica está a serviço dos bancos e dos especuladores que lucram investindo no capital financeiro.
“O setor produtivo às vezes deixa de investir na produção porque, ao menor sinal de crise, corre para o capital financeiro em busca de lucro fácil. Por isso dizemos que há uma financeirização da economia, porque não passa pela produção real de nada. Os bancos, nos últimos anos, aumentaram seus lucros em mais de 200%, enquanto os salários aumentaram pouco mais de 20%”, disse a candidata.
A nova política que o PSOL propõe é uma política de rompimento com esse sistema de corrupção e apropriação da riqueza da nação pelos mesmos grupos. Fazer a nova política, disse Luciana, é ter a coragem de contrariar interesses. “A gente tem que escolher um lado. Não é fácil fazer esse enfrentamento porque eles controlam a economia. Por isso as áreas estratégicas do país não podem estar em mãos privadas. Tomando o exemplo do setor elétrico: quando estava dando lucro, eles embolsavam o dinheiro. Quando está mal, pedem socorro ao Estado. É um capitalismo sem risco, sustentado através de empréstimos a juros baixos, que serão pagos por nós. Por isso essas área estratégicas, que não podem quebrar porque causaria problemas ao povo, têm que estar nas mãos do Estado”, afirmou a presidenciável.
Para resolver os graves problemas da segurança pública, Luciana propõe a descriminalização da maconha, para quebrar um dos braços do narcotráfico e tratar o uso da droga como questão de saúde pública, e a desmilitarização da polícia, para encerrar a política de repressão e assassinato dos mais pobres pelo Estado e humanizar o próprio trabalho dos policiais.
A presidenciável propõe combater a homofobia primeiro a partir da educação nas escolas, para debater com os jovens a necessidade de tolerância. Isso chegou a ser tentado por Dilma, lembrou Luciana, mas a petista recuou após pressões de deputados reacionários. Estabelecer nacionalmente um debate aberto, expondo o sofrimento e as mortes provocadas pela intolerância pode aumentar a conscientização da população e a adesão a projetos que garantam igualdade de direitos, diz a candidata do PSOL.
Luciana lembrou que o financiamento para essa melhoria na qualidade e na oferta de vagas do ensino público, além da valorização dos professores dos níveis básico e superior viria de mudanças na estrutura tributária do país, com a criação do imposto sobre as grandes fortunas. Somente a taxação em 5% das famílias com patrimônio acima de R$ 50 milhões já permitiria dobrar o orçamento da educação e garantir o pagamento e a ampliação do piso nacional do magistério e a valorização dos servidores públicos da área.
Economia, corrupção e a necessidade de uma política de ruptura
Na primeira rodada de perguntas, Luciana respondeu perguntas sobre a corrupção no governo, a política econômica e sobre a sua visão da “nova política”, e demonstrou que os três temas estão intimamente ligados. A corrupção, explicou, é um subproduto do modelo capitalista. “O modo de governar dos políticos burgueses envolve a corrupção. Há uma relação promíscua entre empreiteiras, bancos, grandes empresas e políticos, que começa na campanha eleitoral: os maiores doadores dos irmãos siameses (Dilma, Aécio e Marina) são as mesmas empresas que estão envolvidas nos escândalos de corrupção”, afirmou a presidenciável.Segundo Luciana, os grandes doadores de campanha cobram, depois da eleição, uma política econômica favorável aos seus interesses. Por isso, lembra ela, o PSOL tem, no seu estatuto, a proibição do recebimento de doações de empreiteiras, bancos e multinacionais: para romper com essa política de troca de favores. Esse é, também, o motivo pelo qual o seu programa é contra a autonomia do Banco Central, proposta por Marina, e contra a autonomia informal que já existe nos governos do PT, quando a política econômica está a serviço dos bancos e dos especuladores que lucram investindo no capital financeiro.
“O setor produtivo às vezes deixa de investir na produção porque, ao menor sinal de crise, corre para o capital financeiro em busca de lucro fácil. Por isso dizemos que há uma financeirização da economia, porque não passa pela produção real de nada. Os bancos, nos últimos anos, aumentaram seus lucros em mais de 200%, enquanto os salários aumentaram pouco mais de 20%”, disse a candidata.
A nova política que o PSOL propõe é uma política de rompimento com esse sistema de corrupção e apropriação da riqueza da nação pelos mesmos grupos. Fazer a nova política, disse Luciana, é ter a coragem de contrariar interesses. “A gente tem que escolher um lado. Não é fácil fazer esse enfrentamento porque eles controlam a economia. Por isso as áreas estratégicas do país não podem estar em mãos privadas. Tomando o exemplo do setor elétrico: quando estava dando lucro, eles embolsavam o dinheiro. Quando está mal, pedem socorro ao Estado. É um capitalismo sem risco, sustentado através de empréstimos a juros baixos, que serão pagos por nós. Por isso essas área estratégicas, que não podem quebrar porque causaria problemas ao povo, têm que estar nas mãos do Estado”, afirmou a presidenciável.
Segurança pública e política para as drogas
Questionada por eleitores sobre seu programa para a questão das drogas e da segurança pública, Luciana disse que os dois temas estão profundamente ligados. “A política de segurança no Brasil é basicamente uma política de guerra às drogas. Amarildo, Cláudia, PG e tantos outros anônimos foram mortos pela polícia sob o manto da guerra às drogas. Tornou-se comum a ideia de que a polícia pode matar traficantes de drogas. Essa política atinge apenas os pequenos traficantes, esse exército de jovens recrutados nas favelas, e não atingem os grandes, que não estão na favela. Eles estão em outros lugares, inclusive no Congresso”, afirmou.Para resolver os graves problemas da segurança pública, Luciana propõe a descriminalização da maconha, para quebrar um dos braços do narcotráfico e tratar o uso da droga como questão de saúde pública, e a desmilitarização da polícia, para encerrar a política de repressão e assassinato dos mais pobres pelo Estado e humanizar o próprio trabalho dos policiais.
Combate à homofobia
Para Luciana, a pergunta sobre o combate à homofobia e sobre como garantir direitos aos LGBTs só pode ser respondida se se tratar da relação com parlamentares que definiu como “reacionários”, a cuja pressão ela promete não ceder. “Eu evito dizer ‘bancada evangélica’ porque acredito que os evangélicos, na sua maioria, são pessoas generosas, que buscam a igualdade e a democracia, e a igualdade e a democracia passam por direitos iguais para todos” disse ela.A presidenciável propõe combater a homofobia primeiro a partir da educação nas escolas, para debater com os jovens a necessidade de tolerância. Isso chegou a ser tentado por Dilma, lembrou Luciana, mas a petista recuou após pressões de deputados reacionários. Estabelecer nacionalmente um debate aberto, expondo o sofrimento e as mortes provocadas pela intolerância pode aumentar a conscientização da população e a adesão a projetos que garantam igualdade de direitos, diz a candidata do PSOL.
Pelo fortalecimento da educação pública
Ao responder à pergunta de um eleitor sobre o financiamento estudantil pelo Estado para custear mensalidades na universidade pública, Luciana destacou a necessidade de valorização do ensino público. “O Fies é um paliativo. Eu quero trabalhar pelo ensino público. Não vou proibir a existência de universidades privadas, mas vou garantir vagas para todos nas universidades públicas. É possível sim, desde que se invista mais na educação pública e não se gaste tanto com a educação particular, como se faz hoje com Fies e com ProUni, que são problemas legais, pois garantem a entrada do jovem na universidade, mas não garantem a qualidade”, disse a candidata.Luciana lembrou que o financiamento para essa melhoria na qualidade e na oferta de vagas do ensino público, além da valorização dos professores dos níveis básico e superior viria de mudanças na estrutura tributária do país, com a criação do imposto sobre as grandes fortunas. Somente a taxação em 5% das famílias com patrimônio acima de R$ 50 milhões já permitiria dobrar o orçamento da educação e garantir o pagamento e a ampliação do piso nacional do magistério e a valorização dos servidores públicos da área.