Segunda, 24 de novembro de 2014
André Richter - Repórter da Agência Brasil
A defesa do diretor da Galvão Engenharia Erton Medeiros
Fonseca, preso na sétima fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF),
entregou à polícia comprovantes do pagamento R$ 8,8 milhões de propina a uma
pessoa que se apresentou como emissário da Diretoria de Serviços da Petrobras.
O advogado José Luis Oliveira Lima, representante do
diretor, disse que a empresa foi obrigada a pagar propina por meio da LSFN
Consultoria Engenharia, entre 2010 e 2014. Segundo ele, os pagamentos foram
ordenados por Shinki Nakandari, com conhecimento do ex-gerente de Serviços da
Petrobras, Pedro Barusco.
O advogado disse que havia ameaça de retaliação nos
contratos que a Galvão Engenharia tinha com a Petrobras, caso não houvesse o
pagamento dos valores estipulados de "maneira arbitrária, ameaçadora e
ilegal". A defesa garantiu que Erton Fonseca aceita fazer acareação com o
ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef,
principais articuladores do esquema.
De acordo com a planilha apresentada, foram feitos 23
pagamentos entre 2010 e 2014 a Luís Fernando Sendai Nakandakari e a
Juliana Sendai Nakandakari.
A confissão de pagamento de propina é uma das estratégias
das defesas dos executivos de empreiteiras. Na semana passada, Sérgio Cunha
Mendes, vice-presidente da empreiteira Mendes Júnior, confirmou em depoimento à
Polícia Federal o pagamento de propina ao doleiro Alberto Youssef.
Segundo Marcelo Leonardo, advogado do diretor, Sérgio
Mendes relatou aos delegados que foi obrigado a pagar propina de R$ 8 milhões.
Na confissão, ele disse que Youssef exigiu o pagamento para que a empreiteira
Mendes Júnior recebesse o dinheiro a que tinha direito em contratos de serviços
prestados, e para continuar participando das licitações da Petrobras.