Domingo, 23 de novembro de 2014
Por Celso Lungaretti
Jânio de Freitas é um jornalista veterano (82 anos) que, após passar pela revista Manchete e pelo Jornal do Brasil (RJ), integrou uma equipe de redação lendária do Correio da Manhã (RJ) nos anos 60.
Passou depois pela Última Hora (RJ) e pelo Jornal dos Sports, ingressando na Folha de S. Paulo em 1980. Sua coluna política, lançada em 1983, subsiste até hoje.
Passou depois pela Última Hora (RJ) e pelo Jornal dos Sports, ingressando na Folha de S. Paulo em 1980. Sua coluna política, lançada em 1983, subsiste até hoje.
Não
esconde sua simpatia pelo Partido dos Trabalhadores, mas é um
profissional honesto, à moda antiga: não deixa de bater pesado no PT,
quando o partido faz opções incoerentes com seus valores e sua história,
como a anunciada transformação do Ministério da Agricultura em Ministério da Promoção do Agronegócio Predatório (pois esta será, na prática, a consequência de ter a ruralista Kátia Abreu como à sua frente).
Eis o que Jânio disse --e eu assino embaixo-- em sua coluna dominical, cuja íntegra pode ser acessada aqui.
"...a
apontada indicação da senadora Kátia Abreu para a Agricultura sugere,
ou confirma, uma disposição incomum de Dilma Rousseff para incrementar
problemas com as correntes não conservadoras. A senadora exerce com
muita competência a liderança do agronegócio e dos grandes proprietários
de terra. Mas nem todos os interesses que defende coincidem com o que
deveriam ser objetivos do governo, de todo governo.
Dilma Rousseff entra no segundo mandato devendo muito para reparar os
desempenhos deploráveis do seu governo em três capítulos da desgraça
nacional:
- o problema indígena, sem as demarcações territoriais devidas e com o genocídio em progressão;
- a questão fundiária em geral, com imensos territórios tomados e explorados;
- e, ainda e sempre, a reforma agrária, pendente de correções e de avanços. Três assuntos em que o responsável pela Agricultura tem deveres e poderes muito grandes.
Três assuntos em que os interesses representados pela senadora Kátia
Abreu conflitam, em todos os sentidos desta palavra, com as vítimas e
com as obrigações e as dívidas administrativas e sociais do governo
Dilma.
O primeiro movimento para o novo governo parece feito em marcha a ré".